Asfalto é item caro, escasso e deve ser usado com muito critério pela Sudecap. Não é isso que assistimos em várias partes da cidade onde o betume está sendo aplicado sem necessidade
Foto – Rua Irai bairro Vila Paris
Asfalto é um dos itens de manutenção de uma cidade mais caros, deve ser usado com critérios. Como não tem para toda a cidade, espera-se responsabilidade e critério dos técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital – Sudecap, na sua distribuição. A julgar pelo que está ocorrendo no bairro Coração de Jesus, Zona Sul de Belo Horizonte, o critério da Sudecap deve ser asfalto na porta dos AMIGOS e não em ruas que realmente precisam.
É inadmissível e inacreditável assistir a Rua Irai, cujo o asfalto estava em ótimas condições, ser recapeada em toda a sua extensão. Não havia necessidade. Ali mesmo, em uma de suas travessas, a Rua Gentios que recebe todo o fluxo de veículos e ônibus da Av. Prudente de Moraes no sentido São Bento, Vila Paris e Coração de Jesus, espera por asfalto há 40 anos e está com o piso destruído.
Foto: Rua Irai esquina com Rua Gentios
O desperdício ou má aplicação do betume é um crime contra o dinheiro publico. O responsável pelo asfalto desperdiçado no bairro Coração de Jesus/Vila Paris precisa ser punido e o prejuízo deve ser ressarcido para os cofres da PBH. Isso é o mínimo que se espera. Asfalto é item de relevância para a prefeitura, caro, escasso e disputado, portanto deve ser usado nos corredores de grande volume de veículos e em ruas que tenham movimento de ônibus, cujo piso esteja necessitando.
Sua aplicação com o objetivo meramente estético ou para atender pedidos de vereadores, sem critérios e até mesmo para cumprir metas de empreiteiros sem compromisso com o erário, amigos do prefeito, financiadores de campanhas ou de alguma autoridade, não pode ser admitido. A falta de critérios técnicos para aplicação de asfalto deveria ser motivo de ação do Ministério Público do Patrimônio, pedindo o afastamento do servidor da Sudecap que autorizou o mal uso do recurso.
Foto: Ônibus do Empreiteiro “amigo”.
Fosse a Câmara Municipal comprometida com os assuntos da cidade, uma CPI do asfalto já deveria ter sido instalada há muito tempo. Seguem a título de contribuição ruas onde o asfalto está em péssimas condições há décadas: No Alto dos Pinheiros, a Rua Frei Luiz de Souza, entre Rua Barão de Varginha até Rua Cata Preta. No viaduto Helena Greco, toda a pista da direita no sentido bairro precisa de asfalto novo.
No bairro Coração de Jesus, a Rua Gentios, entre Av. Prudente de Morais e Rua Alves do Vale. No bairro Castelo, a Av. Heráclito Mourão. No bairro Inconfidência, a Av. Abílio Machado. No Santo Antônio toda a extensão da Rua Joaquim Murtinho e Rua Barão de Macaúbas.
Em Lourdes, as ruas Tomaz Gonzaga entre Rua Curitiba e Barbara Heliodora, o mesmo para a Rua Alvarenga Peixoto. No bairro Buritis, as Ruas Geórgia e Walter Guimarães Figueiredo, que estão intransitáveis. O mesmo para Av. Paulo Carneiro em toda sua extensão no Estoril. Não faltam endereços onde o asfalto é necessário e urgente, cito pelo menos duzentas ruas que estão com o piso destruído. Em contra partida aponto dezenas que não precisavam receber asfalto novo.
Fica a dica para o Ministério Público e para vereadores comprometidos com a cidade. Na condição de cidadão em dia com minhas obrigações tributárias e civis, registro meu repúdio e a minha indignação com o desperdício de asfalto na Rua Irai, incluindo a hora que a obra está sendo executada, no meio do dia.
Há quem diga que basta seguir o caminho do dinheiro e ele levará aos financiadores de campanha ao governo de Minas. Não é por acaso que o dinheiro público do município de BH vai para o ralo em obras inúteis. Uma “K”analhice desmedida.
José Aparecido Ribeiro é jornalista
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