Asfalto despejado em rua cujo piso estava em perfeitas condições na porta da BH Trans no bairro Buritis
Dos itens de manutenção de uma cidade o betume asfáltico é o mais caro. Portanto, os critérios para sua aplicação devem ser rígidos, pois é item escasso. Deveria, mas em Belo Horizonte não é bem assim. Os critérios técnicos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital – (Sudecap), responsável pelo asfaltamento de ruas é um mistério, e não é de hoje. Várias vezes denunciei aqui o mau uso do asfalto em ruas cuja circulação de veículos é inexpressiva em detrimento de outras que são corredores de tráfego 24 horas.
Desta vez a beneficiária foi a Av Engenheiro Carlos Goulart no bairro Buritis. A julgar pelo asfalto que estava lá, sem rachaduras e nem remendos, aqueles que formam os incômodos “murundus”, o critério da Sudecap deve ser asfalto novo na porta dos AMIGOS, os de casa. O desperdício foi na porta da sede da BH trans e do Cop-BH. Ou será que é para facilitar o trabalho de empreiteiros que precisam cumprir metas?
Logo na esquina de baixo, a Rua José Rodrigues Pereira, que é artéria para saída do bairro mais populoso de BH, por onde circulam centenas de milhares de veículos, o piso encontra-se muito mais deteriorado do que na “avenida dos amigos” onde fica a sede da BH Trans. É inadmissível assistir a Av. Eng Carlos Goulart receber asfalto novo. Não havia necessidade.
O desperdício ou má aplicação do betume é um crime contra o dinheiro público. O responsável pela escolha e pelo asfalto desperdiçado no bairro Buritis deve ser punido severamente e o prejuízo deve ser ressarcido para os cofres da PBH. Isso é o mínimo que se espera em uma cidade de gestores públicos sérios, vereadores atentos e Ministério Público atuante.
Asfalto é item de relevância para a prefeitura, caro, escasso e disputado, portanto deve ser usado nos corredores de grande volume de veículos e em ruas que tenham movimento de ônibus, cujo piso esteja necessitando. Sua aplicação com o objetivo meramente estético ou para atender pedidos de vereadores, sem critérios e até mesmo para cumprir metas de empreiteiros (amigos) sem compromisso com o erário, aliados do prefeito, financiadores de campanhas ou de alguma autoridade, não pode ser admitido.
A falta de critérios técnicos para aplicação de asfalto deveria ser motivo de ação do Ministério Público do Patrimônio, CPI na Câmara de Vereadores e afastamento de servidores que não tem compromisso e zelo com o erário. A Sudecap precisa explicar URGENTEMENTE qual a razão do asfalto novo em um local que o asfalto estava em perfeito estado de conservação.
Como cidadão em dia com as minhas obrigações, jornalista que tem compromisso com a cidade, peço a Câmara Municipal que instale imediatamente a CPI do asfalto. A título de contribuição existem ruas necessitando de recapeamento há mais 30 anos em vários pontos da cidade: No Alto dos Pinheiros, a Rua Frei Luiz de Souza, entre Rua Barão de Varginha até Rua Cata Preta. No viaduto Helena Greco, toda a pista da direita no sentido bairro precisa de asfalto novo.
No bairro Coração de Jesus, a Rua Gentios, entre Av. Prudente de Morais e Rua Alves do Vale. No bairro Castelo, a Av. Heráclito Mourão. No bairro Inconfidência, a Av. Abílio Machado. No Santo Antônio toda a extensão da Rua Joaquim Murtinho e Rua Barão de Macaúbas.
Em Lourdes, as ruas Tomaz Gonzaga entre Rua Curitiba e Barbara Heliodora, o mesmo para a Rua Alvarenga Peixoto. No próprio bairro Buritis, as Ruas Geórgia, Walter Guimarães Figueiredo, Maria Surrete, estão intransitáveis, o mesmo vale para a Av. Paulo Carneiro em toda sua extensão no Estoril.
Não faltam endereços onde o asfalto é necessário e urgente. Em contra partida aponto dezenas que receberam nos últimos 6 anos, asfalto novo sem necessidade, em flagrante desperdício do dinheiro do contribuinte municipal.
José Aparecido Ribeiro é jornalista
www.conexaominas.com – jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945
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