Saiba por que os preços de passagens aéreas está atrapalhando o crescimento do turismo e dos negócios no Brasil

O abuso das aéreas não se limita à ponte aérea Rio SP, mas a todo o país, sugerindo revisão na Política Aérea do Brasil

Foto: Reprodução Blog Tudo Viagem

Os preços das passagens aéreas nunca estiveram tão altos. A Ponte Aérea Rio de Janeiro – São Paulo, uma das rotas mais movimentadas e vitais do Brasil, virou obstáculo para o desenvolvimento econômico e o avanço dos negócios no Rio de Janeiro, é o que aponta pesquisa de Associação promotora do destino Rio de Janeiro.

A Associação Rio Vamos Vencer (RVV) realizou pesquisa que aponta uma disparada nos valores das passagens. No último dia 24, o preço ida e volta do Aeroporto Santos Dumont (SDU) ao Aeroporto de Congonhas (CGH), foi cotado a R$ 8 mil, mais do que uma passagem internacional.

O Blog conversou com o presidente da Associação Rio Vamos Vencer, Marcelo Conde sobre o tema. A Associação existe desde janeiro de 2022 e tem como missão incentivar o turismo e disseminar as boas práticas para o setor que é um dos mais importantes para a economia do estado.

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Para o empresário nada justifica o preço das passagens nas alturas e um alinhamento das companhias aéreas que revela prática de cartel, o que é ilegal. Ele lembra que a cobrança de bagagens tinha como propósito reduzir os preços das passagens, e que eles parecem ter esquecido das promessas: “Isso afasta passageiros, prejudica os negócios e cria obstáculos para o crescimento econômico do Rio de Janeiro”, enfatizou Conde, acrescentando que a entidade está muito preocupada com o desestímulo do turismo na cidade, em função da variação dos preços.

“Precisamos de negócios e de turismo. Na semana que passou o Rio foi sede da 50ª edição da Abav Expo, o maior encontro de Turismo da América Latina, e os valores exorbitantes das passagens prejudicaram e impediram que profissionais do setor chegassem para o evento”, reforçou o presidente da RVV.

O problema afeta não só a ponte-aérea, Rio – São Paulo, mas todo o país. O empresário Marcos Sampaio participou da Equipotel em São Paulo de 19 a 22 de setembro e precisou mandar sua equipe comercial de ônibus de BH para São Paulo, pois as passagens estavam com preços proibitivos. Cada bilhete ida e volta estava custando mais de R$4 mil. Para sete colaboradores  só de passagem seriam R$28 mil. De ônibus leito saiu por R$2.800. O sacrifício não agradou a equipe, mas não teve outro jeito, de acordo com Sampaio os ônibus estão andando lotados.

Ele relata que é urgente que as autoridades intervenham: “É necessário cobrar medidas imediatas dos governos Federal e Estadual para eliminar esse abuso das companhias, pois o negócio é uma concessão do governo e para muitas pessoas, em especial as que moram no norte do Brasil, avião é gênero de primeira necessidade, necessário para que as pessoas se conectem com o restante do país”, destaca.

Para o empresário Marcos Adnet, que é membro da RVV, o assunto é muito mais grave do que se pensa e o governo tem meios para mudar este cenário: “Isso pode incluir incentivos fiscais para as companhias aéreas, abertura de concorrência,  regulamentações que garantam preços justos e competitivos e a busca por soluções que melhorem a infraestrutura aeroportuária, reduzindo os custos operacionais”, sugere Adnet.

Foto: Abav – Cristina Fritsch

A vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens Nacional (Abav Nacional) e integrante da RVV, Cristina Fritsch, reforça que os preços exorbitantes e voláteis das passagens afetam não apenas viajantes a negócios, mas também pessoas que precisam viajar por motivos familiares, de saúde ou outros.

“Isso sem mencionar o impacto gerado nas empresas, uma vez que a incerteza nos preços das passagens afeta os custos operacionais e a mobilidade de funcionários, prejudicando a eficiência dos negócios”, acrescentou Cristina Fritsch.

O presidente Marcelo Conde reforça que, além do problema dos preços altos e voláteis, existem outras questões que fizeram com que a Ponte Aérea Rio São Paulo perdesse todas as características e vantagens de quando foi instituída. O dirigente ressalta ainda que, na regulamentação atual, não existe nenhum tratamento diferenciado para os voos de grande volume e frequência, como os operados na rota SDU-CGH.

“A Ponte Aérea foi criada com o objetivo de oferecer passagens com o mesmo preço, horários predeterminados, facilidades para o embarque e nenhuma dificuldade para alteração de horários. E todas essas características se perderam ao longo dos anos, como se o passageiro não tivesse memória”, salientou o dirigente.

Foto: Pesquisa RVV apontando preços da ponte-aérea R$8 mil

A RVV já enviou uma correspondência para a presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro; para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC); para o ministro do Turismo, Celso Sabino; para o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e para o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa.

No documento, além do pedido de uma revisão na política de preços, são apontados alguns aspectos que também precisam de atenção, que incluem: endosso de passagem, malha de voos sem superposição de horários entre as companhias aéreas, definição de valores mínimos e máximos no preço das passagens, alteração de horário sem multa ou penalização do passageiro para voos no mesmo dia e facilidade no embarque.

“Rogamos às autoridades competentes e às companhias aéreas que considerem seriamente a necessidade de regulamentar os preços das passagens e revisar o modelo de atuação da Ponte Aérea e da malha nacional se necessário. Isso não se trata de limitar a liberdade de mercado, mas sim de garantir que voar entre as maiores cidades do Brasil seja acessível e justo para todos”, finalizou Marcelo Conde.

A matéria foi uma provocação da Jornalista Karla Queiroz – Leia-se Una Comunicação Planejada – RJ.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e presidente da Abrajet-MG

www.conexaominas.comjaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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