Todos os exames podem ser feitos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS, mas antes deles, é fundamental que a mulher faça o autoexame todos os meses
A Famivita acaba de publicar estudo que revela números alarmantes sobre a prevenção do Câncer de Mama e do Colo do Útero em Minas Gerais. Participaram do estudo 2.500 mulheres e o panorama mostra que 37% das mineiras estão negligenciando a saúde ao não se preocuparem com a prevenção no estado que possui 853 municípios e uma população de 20.538.718 pessoas, sendo 10.539.989, ou 51,2% de mulheres.
O estudo revelou que as mulheres mineiras estão enfrentando dificuldades para agendar o exame ginecológico anual de rotina, embora 63% das mulheres entrevistadas, na região, realizam regularmente os exames de prevenção do câncer de mama e/ou colo do útero. O número é maior do que a média nacional, mas ainda preocupa os especialistas.
Na mesma amostragem, 61% das mulheres no estado tomaram a vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV), um importante passo na prevenção do câncer do colo do útero. Com efeito, a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mira uma redução na incidência de casos para no máximo 4 em cada 100 mil mulheres ao ano.
Panorama da prevenção no país
O estudo mostrou que 43% das brasileiras não realizam os exames para prevenção de câncer de mama e/ou colo do útero. Algumas faixas etárias merecem atenção e maior foco das autoridade para direcionamento de campanhas: 61% da mulheres que responderam à pesquisa na faixa de 18 aos 24 anos, disseram não fazer esses exames. O percentual cai quando a faixa estaria é dos 25 aos 29 anos, ou seja, 44% delas não fazem exames. Já na faixa de 30 aos 34 anos, o número foi de 30%.
Outro dado alarmante e que merece atenção das autoridades de saúde é o que mostra que as mulheres estão com dificuldade para agendar exames ginecológicos pelo menos uma vez por ano. 44% das entrevistadas disseram não conseguir agendá-lo no sistema público de saúde. Nesse caso, principalmente aquelas entre 18 e 24 anos, num percentual de 53%, afirmaram que as dificuldades para o agendamento dos exames de rotina são grandes.
A pesquisa relacionou a vacina contra o HPV, e 60% das participantes disseram ter tomado a vacina. Na faixa dos 18 aos 24 anos, o numero surpreendeu, pois 78% delas relataram terem se imunizado contra a doença. O que ao acontecei na faixa dos 25 aos 29 anos, cujo percentual foi de 57%.
Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de cura
O diagnóstico precoce continua sendo o melhor remédio contra qualquer doença, inclusive e principalmente o Câncer de Mama e de Colo do Útero. Nos estágios iniciais, e com o rápido começo do tratamento as chances de cura aumentam substancialmente. Para isso, são fundamentais as ações preventivas, de modo a identificar os tumores precocemente.
Embora as campanhas de prevenção tenham ganhado força nos últimos anos, pesquisa efetuada pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), expos um dado nada animador, isso por que ainda existem 4 milhões de brasileiras que nunca foram ao ginecologista. E pasmem, 5,6 milhões de mulheres confessam que a razão para postergar a ida ao gineco-obstetra é a vergonha.
O profissional da ginecologia possui um arsenal de exames que são extremamente importantes para a saúde da mulher, e todos eles devem ser feitos pelo menos uma vez por ano, pois são precisos no diagnóstico completo da saúde sexual: O exame Papanicolau previne o câncer de colo de útero; a Ultrassonografia Transvaginal é capaz de detectar lesões e outras formações no útero; e a mamografia, que embora não seja um exame ginecológico, é sempre solicitado em uma consulta de rotina pelo ginecologista.
Todos os exames podem ser feitos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – SUS, mas antes deles, é fundamental que a mulher faça o autoexame todos os meses. A Lei também obriga que os planos de saúde privados cubram a mamografia e os exames básicos preventivos para as mulheres.
José Aparecido Ribeiro é jornalista
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