Com ajuda da imprensa chapa branca, grupo dentro da prefeitura sustenta narrativa de que o problema do trânsito é o excesso de veículos, e não o passivo de 50 anos da infraestrutura
Foto: Instagram Gabriel Azevedo Presidente da CMBH
Preocupado com as repercussões negativas para a Câmara Municipal de Belo Horizonte em relação ao Projeto de Lei do vereador Cesar Gordin (Solidariedade) que protocolou na última terça-feira (19) um PL para instituir na capital mineira o rodízio de carros, Gabriel Azevedo, presidente da casa Legislativa, agiu rápido e com diligencia convencendo o colega Gordin a retirar a proposta que não agradou a população que paga as contas da PBH e da CMBH.
Usando o post do Blog Conexão Minas o presidente do Legislativo Municipal se manifestou no Instagram contra a proposta de rodízio. De dentro de um BRT ao lado de uma cidadã belo-horizontina Angelina, que participa de uma pesquisa realizada pelo próprio vereador que é aluno de mestrado na London School of Economic, com o tema transporte coletivo, ele filmou a conversa com a entrevistada e deu o recado, numa demonstração de sensatez e preparo para o exercício de presidente do Legislativo e quem sabe de futuro prefeito de Belo Horizonte.
Foto: Foto: Instagram Gabriel Azevedo – Agelina e Gabriel Azevedo
“Sou radicalmente contra o rodizio por razões objetivas: A tese do meu mestrado é fazer com que as pessoas utilizem mais o ônibus, porém, eu não acredito em medidas coercitivas. Colocar imposto, impor o rodizio, não. O caminho pra mim que vale a pena ser seguido, é o da motivação. Ela, (Angelina), usa o carro diariamente para ir e voltar do trabalho, e hoje ela está experimentando o que é usar o ônibus em BH: O ar-condicionado não está ligado; o horário não tá funcionando; o trânsito carece de uma inteligência; é desconfortante, ela perde tempo. Faz sentido eu impor a ela um rodízio, uma taxa ou qualquer questão para não deixar o carro? Não! Afinal, por uma cidade democrática, a gente aposta na inteligência, a gente aposta no diálogo, a gente aposta na inovação. E isso é o caminho, jamais a ideia de impor algo na sociedade”, encerra o presidente Gabriel.
Gabriel sabe que existe em Belo Horizonte um déficit de infraestrutura que impede a fluidez do tráfego e prejudica quem está no transporte individual e também as pessoas que utilizam o transporte coletivo. A velocidade média na região central da cidade é de 6km/h, o que é extremamente baixo para que as pessoas possam chegar nos seus compromissos sem risco de atraso. Ele sabe também que a inteligência de gestão do tráfego funciona no sentido contrário o da fluidez, menos por disponibilidade de tecnologia, e mais por questões ideológicas, onde deveria prevalecer a engenharia. Não existe em BH uma única via em que os sinais funcionem como deveriam, em onda verde.
Foto: Foto: Instagram Gabriel Azevedo
O presidente tem ciência dos mais de 200 gargalos que a cidade possui e esperam por intervenções de engenharia, e em conversa com o Blog confidenciou que tem um plano para encarar o problema, mas que ainda é cedo para revela-lo. Não é segredo para ninguém que Gabriel é pré-candidato ao cargo de prefeito e apesar das tentativas de opositores de neutralizá-lo com calúnias e difamações, segue com a simpatia de parcela expressiva da população, incluindo o empresariado graduado que há algum tempo vem sentido na própria pele o déficit de infraestrutura que data da década de 80 do século passado e que prejudica sobremaneira a economia, o meio ambiente e os negócios.
O grupo liderado por empresários de vários setores importantes da economia, incluindo o mercado imobiliário, enxerga no jovem político qualidades e virtudes que andam sumidas da política, em especial no executivo municipal que é mais do mesmo desde 1992 quando o então prefeito Patrus Ananias abriu as portas da prefeitura para a esquerda, num projeto de aparelhamento jamais visto e que dura mais de 30 anos. O apagão da engenharia que incomoda podres e ricos vem sendo sustentado por este grupo com narrativas estapafúrdias de que “obras não resolvem a questão da mobilidade”, e que todo mundo precisa deixar o carro em casa e andar de ônibus ou bicicleta.
Foto: Foto: Instagram Gabriel Azevedo
A “turma do deixa disso” que sustenta este absurdo é a mesma há 30 anos, e não é por acaso que as obras de arte da engenharia vem sendo postergadas. Porém a cidade entrou em colapso no trânsito e os argumentos perderam o sentido na medida que a frota de veículos cresce sem parar, hoje em 2,6 milhões e uma população de 2,4 milhões de pessoas. O agravante é que o modelo de transporte utilizado na capital, cuja concessão termina somente em 2028, não têm apelos para tirar carros das ruas. O BRT atende a parcela da população, mas não a quem gostaria de trocar o carro pelo transporte público.
A cidade possui projetos viáveis de 120 km de monotrilhos e VLTs, estes sim com apelos e conforto capazes de motivar uma mudança de hábito. Mas o tal grupo – BHTrans e Secretaria de Obras e Infraestrutura – que controla o tema obras e transporte público acomodou-se, virou especialista em desculpas e conta com a imprensa para sustentar a narrativa de que o problema do trânsito é o excesso de veículos, e não a AUSÊNCIA DE INFRAESTRUTURA.
Foto: Reprodução site Gio – Transito de BH
Porém a população e o empresariado que sustenta as contas públicas estão acordando, e a possibilidade de vitória de Gabriel Azevedo para prefeito em 2024 é concreta, com sinais de que nem tudo acabou em BH, quando o assunto é o progresso da cidade que até aqui esteve estacionada por 50 anos.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e membro do Observatório da Mobilidade – Codese
www.conexaominas.com – WhatsApp: 31-99953-7945
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