Mais do que uma nova hotelaria, Belo Horizonte está se preparando para tornar-se definitivamente um destino de eventos nacionais e internacionais. Com o advento da Copa do Mundo e com o incentivo proporcionado pela Lei 9952, de 05 de Julho de 2010, (cujo conteúdo aumentou o coeficiente de aproveitamento de terrenos destinados a hotéis em 400%) construtores, financiados por investidores locais e redes hoteleiras fizeram uma revolução na hotelaria da Capital, saltando de 8,5 mil, para 16 mil quartos, sendo 12 mil de boa qualidade. Números que habilitam a cidade a participar de concorrências de eventos nacionais e internacionais, antes impossíveis, pela limitação de oferta de UH´s(unidades hoteleiras), bem como de equipamentos sucateados, que não ofereciam apelos para congressos e grandes eventos. Estamos nos referindo a 4 mil quartos de qualidade inferior que a cidade ainda possui e que necessitam de reformas.
Porém, para que este cenário de oferta de quartos e demanda de hospedagem possa equilibrar-se, é preciso uma dose de paciência e visão de longo prazo. Quem investiu no setor hoteleiro esperando resultados imediatos, cometeu um erro crasso. Não se resume a história de um hotel em 2 anos de operação, aliás este é o período médio que um hotel leva para decolar e se consolidar no mercado. Estamos assistindo a um festival de desinformações sobre a realidade hoteleira, sobretudo para quem é novo no ramo. Nenhum negócio nasce próspero, é preciso tempo de maturação. Com um hotel não é diferente. Espera-se que em 3 anos, os 7,5 mil novos quartos construídos em BH estejam apresentando resultados para aqueles que apostaram neste negócio esperando índices que variam de 0,6% a 0,9% do capital investido. Eventos que antes tinham cidades do nordeste como destino, passarão a ser sediados em BH, isso é uma questão de tempo apenas.
O imediatismo aliado ao oportunismos de advogados que vivem pregando dificuldades para vender facilidades causa espanto. É inacreditável que alguns jornais importantes ainda não tenham percebido que o discurso bem arquitetado de alguns “defensores das Leis” tem por trás o interesse explicito de vender serviços de orientação jurídica a qualquer preço, contra construtores que cumpriram sua obrigações e prestaram um relevante serviço para a Cidade. Nenhum construtor em sã consciência faria promessas de retorno, garantindo resultados em um cenário concorrido como o que a cidade viveu nos últimos 2 anos no setor hoteleiro. Nem tampouco, uma pessoa de bom senso faria investimentos em uma unidade hoteleira imaginando que o resultado de um evento como Copa do Mundo fosse suficiente para lotar a hotelaria da cidade para sempre. Todo investimento tem uma dose de risco e exige paciência, a hotelaria, por ser perene, não é diferente.
Quem investe neste seguimento sabe que o destino Belo Horizonte vive de negócios, eventos e uma parcela pouco significativa de turismo de lazer. Se considerarmos as projeções do Governo para o transito de passageiros no Aeroporto Internacional de Confins, que hoje movimenta 12 milhões de passageiros e que em 5 anos estará movimentando 22 milhões de passageiros, pode-se concluir que fez um bom investimento. A vida útil de um hotel é de 30 anos e não se pode fazer julgamento dos resultados com apenas 6 meses de sua abertura. Portanto, aos que estão acreditando em advogados portadores da “verdade”, recomenda-se uma dose de cautela, pois o futuro da hotelaria guarda surpresas promissoras e tempos melhores. Paciência e atenção não fazem mal a ninguém bem intencionado. Aos construtores, recomenda-se a letra escrita, já que em todos os contratos as cláusulas de performance são absolutamente transparentes e não garantem nada.
José Aparecido Ribeiro
Bacharel em Turismo, profissional de hotelaria há 26 anos
Diretor da JR & MvS Consultores Especialistas em Hotelaria
Ex-Presidente da ABIH-MG – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Seção MG
CRA-MG – 08.00094/D – 31-9953-7945