A primavera começou oficialmente no sábado 22/09 às 17:44hs, mas em várias partes da cidade era possível mesmo antes do inicio da estação das flores encontrar pessoas contemplando os Ipês Amarelos e Rosas. Com o clima seco, o sol a pino e o céu azul “anil”, o contraste é um espetáculo que encanta até os menos atentos. O que a maioria dos belo-horizontinos desconhecem é o autor do plantio dos Ipês, que transformou as avenidas e ruas de BH em jardins magníficos capazes de amenizar a aridez provocada pelo caos da selva de pedras, trazendo paz para quem consegue mesmo na correria do dia a dia, apreciar a natureza.
O ano era 1981 e o prefeito na ocasião era o saudoso e ainda vivo Mauricio Campos. Na época existia a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, cujo secretario era o Engenheiro Afonso Damásio e o vice Lindolfo Dornas. Subordinada a esta secretaria estava o Departamento de Parques e Jardins, que tinha como diretor o Agrônomo Sebastião Ferreira, vindo da Universidade Federal de Viçosa, onde era professor. Convidado para o cargo, largou a cátedra e literalmente veio colocar a mão na massa, para a sorte de quem até hoje pode deleitar-se com os resultados do seu brilhante trabalho.
Sebastião era um apaixonado pela natureza e foi ele, com o endosso dos demais que devolveu a cidade um pouco da sua beleza. Sempre dizia para os que estavam ao seu redor que tinha um objetivo e iria cumpri-lo à risca: fazer a capital mineira voltar a ser a CIDADE JARDIM. Sua missão incluía replantar arvores nas principais ruas e avenidas e foi o que ele fez com dedicação, capricho e muito amor. A escolha da espécie não poderia ter sido mais feliz, já que os Ipês Amarelos e Rosas são perfeitos para o clima seco e quente. Este gesto merece aplausos e gratidão, uma vez que os resultados perduram e encanta as pessoas mesmo 33 anos depois.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho de Política Urbana da ACMinas
CRA MG 08.00094/D
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