Recolhido à minha insignificância de leitor, assinante ou cidadão, ainda sobre o fechamento da Av. Pedro I por quase 2 meses, provocado pela queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, episódio vexamoso que expos a engenharia de Minas para o mundo e mostrou a face dos políticos de nossa cidade, é importante dizer que o fator corrupção está grudado no tema e não pode ser ignorado, mesmo que os envolvidos sejam amigos do “Rei”, ou dos “Reis” que nos governam, direta, ou indiretamente.
Com efeito é a primeira vez que no serviço publico se compra um produto, no caso a construção de um viaduto, paga por ele, com o nosso dinheiro, e se constata que o serviço/produto (viaduto), foi feito fora da especificação, segundo informações da própria executora da obra, com 90% menos aço do que o necessário, o que evitaria a tragédia. Só isso bastaria para encurtar a espera e embromação, apontando logo a razão e os verdadeiros responsáveis por esse disparate.
Não entregar o produto é assunto para ser resolvido no balcão do PROCON. Até onde sabemos pagar por um serviço e não recebe-lo no prazo e dentro das normas de segurança e do código do consumidor, ou com vícios, antes de tudo é crime econômico passível de multas e punição dos envolvidos. Os envolvidos aqui são todos os responsáveis pela compra (Prefeitura), Construção (executores), Fiscalizadores (Sudecap) e até quem foi omisso a ponto de não perceber que alguma coisa estava errada. E olha que os erros eram perceptíveis a olhos nus.
Portanto, a questão é de fácil solução se ao invés da "engenharia de ocultação" entrasse a engenharia dos fatos, ou o Direito objetivo que norteia os países e as pessoas sérias. Fica a pergunta: diante de tantos absurdos e as vésperas de uma eleição, será que o povo vai esquecer que a queda daquele viaduto, que provocou a interdição de um dos mais importantes corredores de transito da Capital é fruto da má gestão da coisa publica? Que o episódio desafia a lógica e o bom senso e está recheado de maracutaias? Será que vamos assistir, inertes, o tema cair no esquecimento e os responsáveis saírem ilesos de mais essa trapalhada?
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente da ONG SOS Mobilidade Urbana
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