Passado o período de férias escolares e Copa do Mundo, os engarrafamentos na Av. Amazonas aumentam dia após dia e estão ficando insuportáveis. O que era ruim, está impraticável, pois o trafego não flui em nenhum dos sentidos. Repare que a proposta de implantação de vias segregadas para ônibus ainda não aconteceu, mas a falta de fluidez exige paciência dos motoristas que precisam usar essa importante via para chegar ao centro ou atravessar a cidade no sentido oposto em direção a Contagem, Betim, Rodovia Fernão Dias e bairros que dependem da Av. Amazonas para serem acessados.
Há dias que os engarrafamentos ocorrem do Centro até a Refinaria Gabriel Passos em Betim. O percurso que era feito em uma hora em dias de engarrafamentos normais, entre a Praça Raul Soares até a Av. Cardeal Eugenio Pacelli, está levando o dobro do tempo. Este fato nos remete a uma conclusão preocupante, se convidarmos a lógica e o bom senso para serem ouvidos. Se com as pistas livres nos dois sentidos, a Av. Amazonas está praticamente parada, nos horários de pico, imagine o que acontecerá quando a PBH implantar a pista exclusiva para o BRT, sucumbindo uma das pistas de carros? A conclusão eu convido o interlocutor para exercitar e tirar por conta própria…
A empresa gestora do transito da Capital continua achando, mesmo com os exemplos do vetor norte que está praticamente parado nos horários de pico, nas avenidas Cristiano Machado e Antonio Carlos, que BRT e ciclovias tem apelos para a população deixar carros na garagem. Ingenuidade, teimosia ou intenções veladas? Ao contrário do que diz os especialistas que são contra obras, a Av. Amazona exige intervenções urgentes para eliminar seus 45 sinais de transito, sem sincronia, que existem entre a Praça da Estação e o cruzamento com o Anel Rodoviário. Suprimir uma das pistas para o BRT e achar que as pessoas irão deixar carro em casa é loucura. Só não vê quem não quer!
Com efeito, no momento em que a indústria automobilística enfrenta sua primeira crise, após 10 anos de “céu de brigadeiro”, com redução de vendas e demissões, pergunto aos teóricos da PBH: Não seria oportuno pensar no segundo andar da Av. Amazonas, aumentando de 3 para 6 pistas em cada sentidos, entre a Av. Contorno e o Anel Rodoviário? Ou eles acreditam que o passivo de obras que a cidade possui, com mais de 40 anos de atraso, será resolvido com o BRT e bicicletas?
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente da ONG SOS Mobilidade
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