Bastou o padrão copa acabar para que a sensação de insegurança voltasse a rondar os lares de BH. Sensação ou realidade? As noticias de sequestros relâmpago, assaltos, roubos e furtos estão estampadas no noticiário para provar que não é só sensação, é fato inconteste. A bandidagem, que já era atrevida e estava sumida durante o mundial, voltou com força total e perdeu de vez o medo da polícia, sabe que fora a burocracia dos flagrantes e os riscos das abordagens, em poucos dias estarão livres novamente para cometer crimes. Com um contingente próximo de 14 mil homens nas ruas durante a copa, poucas vezes na historia de Belo Horizonte, viu-se tantos policiais e a sensação de tranquilidade objetiva.
A “festa” durou só um mês. O que deveria fazer parte do cotidiano da cidade e ser a prática das forças de segurança, foi apenas uma mostra de que muita coisa esta errada na segurança pública. Desculpas a parte e índices pouco confiáveis, o fato é que se quisesse, o governo poderia oferecer proteção de qualidade, livrando a população da violência a que ela está exposta. Sempre ouvi dizer que bandido é bandido e polícia é polícia e onde o segundo está, o primeiro não aparece. A ausência da PM nas ruas é flagrante e explícita, basta analisar os números e usar a lógica, para os que não se contentam com o bom senso.
O contingente da tropa vem diminuindo ano após ano, sem que a população se dê conta e relacione ao efeito causal. A título de comparativo, lembro-me de quando fui Presidente do CONSEP da 4ª CIA do 1º Batalhão em 2002 e participava da elaboração das estratégias de segurança, tendo acesso ás estatísticas. Naquela época o efetivo da 6ª Cia, responsável pela segurança do Hipercentro era de 535 homens. Hoje, a 6ª Cia. possui apenas 187 policiais. Ou seja, não precisa ser especialista para concluir que a insegurança não é por acaso. Com efeito, se você ainda não foi molestado por algum bandido, não cochile, é apenas uma questão de sorte e tempo, para sê-lo. Reze, ore ou torça para seu anjo da guarda não vacilar, pois a bandidagem está cada vez mais perto, livre, leve e solta.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho de Política Urbana da ACMinas
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