A seleção perdeu, mas o Brasil pode ganhar com esse vexame que fez milhões de brasileiros chorarem, ao invés de sorrirem. Os que acham graça e enxergam no futebol algum benefício ou utilidade precisam quebrar paradigmas e compreender que as vezes na “desgraça” está a chance da glória. Não a glória do futebol, mas a de uma nação adulta e mais avançada, independente. Além da Globo, da FIFA e dos jogadores, quem ganha com o futebol? Diante do que se vê, a sensação é de que a única coisa que realmente interessa e tem valor no Brasil é futebol. O resto é secundário.
A derrota da seleção mostrou a vitória da competência sobre a malandragem, serve de exemplo para os que precisam entender que sem trabalho e educação, não chegamos a lugar nenhum. Antes do futebol, coisas muito mais importantes precisam ser prioridade. Os Alemães estão nos convidando para passar uma borracha nesse equivoco entranhado na índole do brasileiro de que com jeitinho tudo dá certo. Não dá mais, nem no futebol, nem na política, na mobilidade urbana, na saúde, na formação da mão de obra, no serviço publico e nem tampouco na educação que liberta os povos mais desenvolvidos. Ou paramos com a bandalheira, ou o país vai parar, o números estão aí para mostrar.
Foi graças ao jeitinho que um viaduto despencou nas cabeças de 22 inocentes, matando 2 deles, e nos obrigando a ouvir que “isso acontece”. Aqui, em nome do politicamente correto, ta podendo tudo: Ganhar jogo sem suar a camisa, ter salários absurdos sem trabalhar, ser político sem vocação, bastando que se tenha dinheiro e padrinhos. Pode até virar presidente sem ter estudado, na base do lero-lero e da verborragia. Pode eleger filhos, irmão, sobrinhos e amigos fazendo conchavos. Pode usar avião oficial em viagem particular e até pagar despesa pessoais com dinheiro publico. Tudo pode em nome da democracia. Que democracia é essa que permite a qualquer um, o que não pode ser para qualquer um?
O principal legado da copa pode vir a ser o Brasil passado a limpo, virando a mesa quando tudo parece perdido. A população honesta, trabalhadora que produz a riqueza deste país precisa reagir e mostrar para os parasitas, sejam eles quem forem, que o buraco é mais embaixo e que não aceitamos mais enrolação e tapinha nas costas, nem tão pouco governos que dão comida na boca mas não ensinam a conquistá-la através do trabalho honesto. A Alemanha não vem ganhando jogos por acaso, ela tem história de superação, disciplina, sabe dar valor ao que tem valor e nos deixa lições… Inclusive lições que não devem ser seguidas, quando a massa é manipulada por líderes populistas e “salvadores da pátria”.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho de Política Urbana da ACMinas
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