Belo Horizonte é mesmo uma cidade surpreendente, naquilo que a palavra tem de mais negativo, contrariando á lógica e o bom senso. Explico: em qualquer cidade do mundo em que o turismo é tratado como atividade econômica importante, geradora de emprego, renda e intercâmbio cultural, a figura do hotel é relevante e o tratamento que se dá a eles é proporcional a essa importância no contexto urbano.
Neles, a sinalização precisa ser visível de fácil compreensão, tanto que a palavra hotel é universal, serve a todos os idiomas, e é colocada sempre no teto dos estabelecimentos de modo a ser visto de longe por quem chega e por quem precisa de referencia para deslocar nas cidades. Isso vale também para os toldos nas recepções, que transformam-se em extensões dos prédios servindo para proteger o hóspede na hora do embarque e desembarque. Não se trata de um mero enfeite.
Surpreendentemente, em BH a Prefeitura está exigindo a retirada dos toldos e dos letreiros dos hotéis. Inclusive suas marcas, que categorizam bandeiras, numero de estrelas e empresas administradoras. Pasmem, mas o padrão proposto esconde o nome do hotel, ao invés de torna-lo visível. Tudo isso baseado em uma Lei Municipal de posturas, que nasceu com falhas e permanece manca, obrigando a hotelaria a um malabarismo de última hora, às vésperas da Copa das Confederações para adaptações.
No afã de mostrar serviço, ser “modernos, democráticos e progressistas”, urbanistas e xiitas da Secretaria de Posturas da PBH, Regional Centro Sul, com apoio do MP, iniciaram uma ‘caçada às bruxas’, transformando a vida de proprietários de hotéis em um martírio, como fizeram na aplicação da Lei de Acessibilidade, inclusive onde ela inviabilizava o negócio. O fato é que eles adoram discutir os sexos dos anjos, são vaidosos, e não conhecem o mundo que existe atrás da Serra do Curral.
Lamentavelmente.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Mobilidade e Transito
Profissional de Hotelaria por 25 anos
Ex-Presidente da ABIH – MG
Presidente do Conselho de Política Urbana da ACMinas
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