O Colunista Mario Fontana merece o nosso respeito pela coragem de dizer a verdade, e de convidar as autoridades para tomar atitudes em relação ao tema ciclovias, que em BH, atende a uma pequena parcela da população. Ao contrario do que o leitor Stéfano Santiago de Campos Almeida diz em sua carta, (opiniao domingo 7.4), a cidade não tem topografia e nem clima adequado para a pratica da bicicleta, a não ser em locais apropriados, que não faltam, mas que muitos ciclistas desconhecem. Eles querem andar onde é menos recomendável, no meio dos carros.
Se não bastasse, fico imaginando a minha mãe com 80 anos, ou mesmo colegas que são obrigados a trabalhar de terno como eu, pedalando pelos morros de BH debaixo do sol escaldante. Chega a ser cômico a insistência de meia dúzia de ciclistas, que se dizem representantes da categoria, na tentativa de convencer as autoridades a instalar ciclovias por todas as partes, como se todo mundo devesse deixar o carro em casa e pegar a magrela. Adoro pedalar, tenho a minha bicicleta sempre preparada, mas faço isso em locais apropriados, não vou jamais disputar espaço com os carros, por dezenas de razões, sendo a principal delas, o ar que é poluído e não combina com a atividade. É muito melhor pedalar em locais arborizados, onde não há riscos de atropelamentos.
O fato é que a vaidade está falando mais alto do que o bom senso. As ciclovias existentes em cidades europeia de clima temperado e topografia plana e serve para aqueles países, não para BH. O exemplo também é o de Bogotá, onde o modelo de BH foi INDEVIDAMENTE copiado, juntamente com outros como BRT e vias segregadas, na ultima passagem do ex-prefeito daquela cidade pela Capital Mineira, a peso de ouro, logo no inicio da administração Márcio Lacerda. Lá, no Altiplano Andino, a 3.700 metros de altitude, deu certo por que a cidade é plana e a temperatura é de 17 graus, as vias são largas e o povo gosta de pedalar. Muito diferente de BH que tem clima quente e ruas estreitas, além de muitos morros.
Se os pretensos defensores do meio ambiente querem inspiração, precisam visitar cidades Norte Americanas. Pois a cultura do carro, que herdamos foi aquela e não a dos Europeus. É esta cultura que chega pasteurizada, e está diuturnamente na telinha, 24 horas por dias. O que esta errado aqui, não é quem usa carro, mas os governos que deixaram de fazer as obras que a cidade precisava para receber os carros que são produzidos no país e que é sonho de consumo de 90% da população brasileira. Com efeito, os que se dizem representante da categoria estão se revelando verdadeiros egoístas, pois desejam vias só para eles. Como fica as motos, o pedestres, os transportadores, as ambulâncias, as viaturas policiais, os carroceiros, os praticantes dos skate os pipoqueiros e aqueles que usam outros meios de transporte?
Recentemente, sentado na calçada de um restaurante na Rua São Paulo, por 4 horas, não passou nenhuma bicicleta na recente ciclovia criada ali no Bairro de Lourdes. Durante o mesmo tempo, passaram milhares de veículos. Portanto, é URGENTE a retirada das ciclovias de onde elas estão sendo enfiadas goela abaixo da população para atender a caprichos de urbanistas românticos, além de meia dúzia de gatos pingados de ciclistas. Quem deseja andar de bicicleta, procure o Parque Municipal a Lagoa do Nado e as dezenas de parques que a cidade tem para este fim. No meio dos carros é que não pode. Rua é lugar para carro no mundo inteiro. Em BH não pode ser diferente.
José Aparecido ribeiro
Consultor em Mobilidade e Assuntos Urbanos
ONG SOS Mobilidade Urbana
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