O Hotel 5 estrelas que tinha projeto aprovado para ser construído na Rua Musas, no Alto Santa Lúcia e estava prestes a iniciar as obras, está de novo na berlinda, impedido pelo COPAM. O assuntos saiu do campo da racionalidade e do bom senso para o da passionalidade, e virou projeto de vida para meia dúzia de pessoas que ainda não entenderam que a rua é da cidade e não só de quem mora nela. Falo dos que não querem perder o sol da manha na janela do quarto e desejam viver em uma cidade estática, que não aceitam mudanças e nem tampouco desejam o progresso. Comportamento típico de províncias comandadas por coronéis ou oligarquias. Belo Horizonte já passou desta faze, acredita-se. Ou não?
É importante que a opinião publica tenha consciência de que este hotel seria o único 5 estrelas da cidade, e BH precisa dele para cumprir compromissos assumidos com o Comitê da Copa e para receber delegações internacionais para estes e outros eventos importantes que deixam de vir para a cidade por falta de uma hotelaria qualificada. A tese de que um hotel desta categoria gera trânsito a ponto de incomodar, não se confirma na prática. Quem afirma isso, desconhece as rotinas de um hotel. A cidade tem 62 hotéis e nunca houve reclamação de vizinhos sobre trânsito ou qualquer outro incômodo que um deles pudesse causar. Ao contrário, ter um hotel como vizinho só traz benefícios e valoriza a região onde ele está.
Imagine ser vizinho de um Copacabana Palace? O que para a maioria das pessoas é um privilegio, aqui em BH, para alguns pouco, é um mal. Conclui-se que o problema neste caso não é o trânsito, mas a sombra que ele irá fazer em algumas casas. O que é um verdadeiro absurdo, se considerarmos que a cidade está perdendo uma excelente oportunidade de melhorar sua estrutura de hospedagem e entrar definitivamente no calendário internacional de organizadores do setor de eventos que preteriam a cidade em virtude de sua hotelaria defasada. O interesse da coletividade deveria ser maior do que o de alguns, mesmo que esses possam ser legítimos.
Como profissional de hoteleira há 25 anos, conselheiro e ex-presidente da ABIH-MG (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) por dois mandatos, posso afirmar que este hotel é imprescindível para BH e não construí-lo significa prejuízos incalculáveis para o conjunto da sociedade, além de deixar de gerar mais de 300 empregos diretos e 900 indiretos. Tomara que o COPAM não seda às pressões daqueles que defendem o “politicamente correto”, mesmo que isso signifique atraso para uma cidade inteira e libere esta obra em tempo dela ficar pronta para atender aos eventos internacionais que se aproximam.
José Aparecido Ribeiro
Consultor e Asset Manager
Ex-Presidente da ABIH-MG
Conselheiro e Profissional de Hotelaria há 25 anos
Presidente da Associação dos Profissionais de Hotelaria de BH
APH-BH
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