Na última quinta feira, 8 de novembro, o Legislativo Municipal das 3 principais cidades da região metropolitana de BH deram um importante passo em busca de uma solução para o problema gravíssimo da mobilidade urbana em Belo Horizonte e seu entorno. Problema cuja soluções passam inevitavelmente pela melhora do sistema de transporte coletivo. Com o aumento da frota de veículos e a baixa qualidade do sistema atual, o problema ganha dimensões de saúde pública e consequente perda da qualidade de vida para quem mora nas 3 principais cidades da região metropolitana. Belo Horizonte, Contagem e Betim.
Com o apoio e presença de representantes da ACMinas, (Associação Comercial e Empresarial de Minas), SME (Sociedade Mineira de Engenheiros), CREA-MG,(Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia), CDL-BH (Clube de Dirigentes Lojistas), membros das Câmaras Municipais das 3 cidades, além de representantes dos prefeitos eleitos dos 2 municípios vizinhos, a comitiva oficial composta de 19 membros visitaram as obras do Monotrilho de São Paulo no trecho Vila Prudente, Cidade Tiradentes, hoje considerado o maior e mais ousado projeto de Monotrilho em execução no mundo, cujo volume de passageiros que virá a transportar só será superado pelo metrô.
A linha terá capacidade para 600 mil passageiros dia oferecendo ao povo Paulistano uma alternativa viável para quem desloca por uma das regiões mais conurbada de São Paulo. As obras estão a todo vapor e o primeiro trecho, Vila Prudente, Estação Oratório, já esta praticamente pronta, com 4,5 km, incluindo o pátio de manobras que foi projetado para receber 56 composições do Monotrilho. O trecho total terá 24,5 km de trilhos suspensos com uma média de 15 metros de altura e estações modernas com baixíssimo impacto ambiental e compensações ao estilo Europeu e Asiático. Pelo traçado do Monotrilho serão construídas no solo, ciclovias e paisagismo dignos de cidades de primeiro mundo.
O monotrilho conta com vagões modernos capazes de transportar 48 mil passageiros hora sentido, com conforto e designer futurista. O prazo de conclusão das obras é final de 2015, porém, este prazo pode ser antecipado em virtude da rapidez e facilicidade para a execução das obras que ocorrem em período noturno, sem impactos no trânsito caótico de São Paulo. A comitiva foi recebida pelos técnicos do metrô de São Paulo no próprio canteiro de obras. O plano foi apresentado na integra e teve caráter técnico e manifestação de cooperação com MG. Foram tiradas todas as duvidas das vantagens e desvantagens deste modal e ficou claro que as vantagens superam 90% as de qualquer outro modal. O caminho para as soluções de mobilidade passam indiscutivelmente pelo Monotrilho, não só em São Paulo, mas Belo Horizonte e seu entorno.
Um detalhe no entanto, chamou atenção de todos. A BH Trás, empresa responsável pelas soluções de mobilidade da Capital não compareceu. A entidade que deveria ser a primeira a aderir, não aparece e nem se manifesta. Belo Horizonte e a região metropolitana vivem momentos difíceis. O volume de veículos cresce, embalado pelo credito fácil e por uma indústria automobilística que não pode parar. As cidades não estão preparadas para este volume de veículos emplacados diariamente, e para agravar os sistemas de transporte de massa estão operando em capacidade máxima e já não atendem mais as demandas por agilidade e conforto. A PBH, por sua vez, aposta todas as suas fichas no BRT como modal de transporte e corre o risco de estar cometendo um grande equivoco. Ficou patente para todos que BRT é um modelo ultrapassado por várias razões: Poluição, ocupa área vital nas avenidas já saturadas, não carrega volumes significativos e não tem apelo para que motoristas passem a ser passageiros.
Infelizmente, quem deveria ser o maior interessado, segue firme ignorando os apelos da população e do legislativo municipal, em mais uma demonstração inequívoca de desconsideração pelas entidades e pela própria CMBH. Com efeito, esta comitiva obteve informações importantes, de caráter técnico que serão compartilhadas com os responsáveis e com os próprios prefeitos eleitos, cobrando deles um posicionamento, já que existem projetos prontos e viabilidade financeira em regime de PPP bastante avançados, dependendo apenas de vontade política e aprovação para que as obras comecem imediatamente e possam solucionar o problema da mobilidade entre estas três importantes cidades onde moram quase 5 milhões de pessoas.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Mobilidade
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana
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