Forjada nos bastidores, sabe-se lá com qual intenção, a aparição de Kalil no “casamento de Tramonte com Luisa,” é uma aposta hesitante que pode custar caro ao Novo e ao Republicanos
A frase “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou” é atribuída ao ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e ex-deputado federal da UDN e Arena, Magalhães Pinto. Ele utilizava essa metáfora para descrever a natureza volátil e mutável da política. A ele é atribuído também o slogan, “mineiro trabalha em silencio”. Não sou especialista em política, em especial a política brasileira, mas tem coisas que deixam até o mais experiente analista da política perplexo.
Formado em filosofia, estudei a política nos livros de história, em especial as fundamentações da democracia praticada na Polis Grega, construídas por Clístenes, Solon e Péricles, Sec V a.C, que não tem absolutamente nada a ver mais com a que assistimos hoje. O Grego tinha uma participação compulsória em algum momento da vida nas decisões da Polis, precisava de algumas qualificações mínimas para isso, entre outras, ser “Cidadão”, não estrangeiro e ter preparo. Exigências que estão longe das que se pede hoje para um candidato a prefeito, vereador ou qualquer cargo político. Mas vamos ao que interessa.
O final de semana foi marcado pela Convenção do Partido Republicanos na Assembleia Legislativa de Minas, confirmando a candidatura do jornalista Mauro Tramonte ao cargo de prefeito de Belo Horizonte e sua aliança com o Partido NOVO, tendo como vice-prefeita Luisa Barreto, aquela que só aparece em véspera de eleição municipal de 4 em 4 anos, numa promessa de competência, até aqui, que só existe de for eleita. Para Luisa, os problemas da cidade dependem, para serem resolvidos, dela, eleita.
Mauro Tramonte é mais um político ungido pela Igreja Universal e pela TV Record, menos pelo seu conhecimento de política e domínio dos assuntos da cidade, e mais pela sua fama, em que pese ser uma pessoa do bem, até onde se sabe, honesta e de temperamento apaziguador. Esta é mais uma das várias deformações da democracia denunciadas pelo filósofo Platão 428 a.C 347 a.C. Platão dizia que a democracia permite a “qualquer um” o que não é para “qualquer um”, o exercício da política que, no modelo atual, não depende de aptidões, experiência prática, ou preparo comprovado, mas de fama.
Via de regra, para ascender na política vale mais a fama ou dinheiro para “seduzir” o eleitor em troca do voto. Assim é o modelo nas democracias contemporâneas e assim será enquanto não for questionada as motivações e colocados à prova os talentos para o exercício, antes do pleito eleitoral. Vocação fica em segundo ou terceiro plano, quando deveriam estar nos pré-requisitos. Neste caso, os articulistas da campanha acreditam na fama do candidato e sua desenvoltura para conquistar o voto tendo em vista a memória dos eleitores. Pesquisa realizada recentemente mostra que o QI, Coeficiente de inteligência do brasileiro médio é de 85, comparado ao de um primata.
A título de informação, para quem não sabe, Q.I. superior a 140 significa inteligência genial; Q.I. entre 120 e 140 representa inteligência muito superior; Q.I. entre 110 e 120 indica inteligência superior; Q.I. entre 90 e 110 exprime inteligência normal ou média; más Q.I. entre 80 a 90 manifesta torpeza, raramente qualificada como debilidade mental.
Evidente que a aliança que fez Mauro Tramonte, Luisa Barreto e Zema se sentarem numa mesa, publicamente, colocando suas reputações e história, à prova, possui coerência e razoabilidade. Mas quando, para a surpresa de todos, aparece da “cartola” de algum cartola da política, Alexandre Kalil, a coerência e a razoabilidade vão para o espaço na cabeça do eleitor médio. Não estou falando da massa que tem Q.I menor ou igual a dos chipanzés.
Não há qualquer lógica, assistir Zema, Tramonte, Luisa, e Kalil, numa mesma mesa, ainda que Tramonte tente minimizar dizendo que “está preocupado com os possíveis problemas da cidade” que ele ainda vai conhecer, e que “diferenças ideológicas não importam”. Não é palatável. Quem articulou isso, possivelmente acredita no capital político de Alexandre Kalil. Será que de fato ele ainda goza de algum prestígio?
Com efeito, o capital político de Kalil é questionável, pode existir para os que lucraram enquanto ele esteve à frente da PBH. O restante, se existe, foi influenciado pela propaganda oficial e menos pelos feitos de Kalil em prol da coletividade. A prova de que Kalil é um zero à esquerda na política foi sua candidatura contra Zema para o governo de Minas, um fiasco que o levou a derrota ainda primeiro turno.
O missivista não tem nada a agregar para BH, já mostrou à que veio quando foi prefeito, uma catástrofe. Tentam mantê-lo vivo, mas ele é o “pivete” espalha bolinho, um indivíduo do mal. O problema é que estão usando para isso, gente do bem, com credibilidade, como Mauro Tramonte, Luisa Barreto e Romeu Zema.
Mas o mundo e a moral política não é o mesmo dos cidadãos de Q.I entre 90 e 110, para cima. Sendo assim, a costura proposta de solavanco representa uma engenharia que só existe na cabeça dos caciques de partidos, indivíduos que, via de regra, estão se lixando para os problemas do povo, e preocupados com fatias do poder, feudos em secretarias ou autarquias sob poder do prefeito. Para isso, claro, necessitam dos inescrupulosos. Kalil é perfeito para missões como essas.
Ao medir o capital político do ex-cartola que está proibido de entrar no Clube Atlético Mineiro, e impor a Zema, Luisa e Tramonte o constrangimento a que foram submetidos no último final de semana, o autor desta aliança estapafúrdia, não mediu a rejeição de ex-prefeito para o eleitor de Tramonte e Luisa, e ainda deixou Romeu Zema com uma broxa na mãos que ele deveria, se tiver juízo, urgentemente se livrar dela. Não creio que Mauro Tramonte tenha sido o autor, mas quem está por trás da sua candidatura e que têm dividas ou compromissos pouco republicanos com o prefeito mais mal avaliado da história de BH.
Para ser coerente, e não dar um nó na cabeça do eleitor que tem Q.I acima dos Chipanzés, Kalil deveria apoiar o atual prefeito Fuad Noman-PSD, que foi seu vice e cumplice, ou o candidato Rogerio Correia do PT, partido que Kalil é simpático. A aliança costurada nos bastidores vai beneficiar Bruno Engler e Coronel Cláudia-PL, ou o próprio Fuad que tem a máquina pública a seu serviço e anda asfaltando ruas que não precisam de asfalto pela cidade inteira. O KM de Betume, todo mundo sabe, custa uma fortuna e é aplicado pelos “amigos dos amigos”…
Correndo por fora, Gabriel Azevedo-MDB ganha fôlego, pois não existe na história de BH um político com maior rejeição do que Alexandre Kalil, até mesmo pela apaixonada torcida atleticana que um dia cometeu o deslize de misturar “alho e bugalho”, elegendo ele para prefeito, sem nenhum experiência política, traquejo, respeito pela liturgia no cargo ou competência para administrar uma cidade de 2,5 milhões de habitantes e 2,3 milhões de veículos, com a mesma infraestrutura de 50 anos atrás.
Pior, Kalil foi eleito batendo nos políticos, com o slogan: “não vote em políticos, vote em Kalil”, com a bandeira: “BH não precisa de obras”; “vamos abrir a caixa-preta da BHTrans”, e outras pérolas. Foi o caos agravado por chuvas, enquanto ele se esbaldava na jogatina em Punta del Este. Em seguida veio a pandemia, fazendo de BH a cidade que mais tempo ficou fechada em lockdowns inúteis no mundo, mais de 200 dias, levando a bancarrota centenas de estabelecimentos comerciais.
Enfim, se tiverem juízo, alguma coerência ideológica, respeito pelo eleitor, Tramonte, Luisa, Zema e os autores deste aperto de mão temeroso, irracional, incoerente e depreciativo, precisam correr para afastar Kalil do projeto dos partidos NOVO e do Republicanos, enquanto é tempo. Do contrário, Gabriel Azevedo, Bruno Engler e Coronel Cláudia, e demais concorrentes, agradecem.
José Aparecido Ribeiro é jornalista, licenciado em Filosofia
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Análise excelente Zé. Conheço muita gente que iria com o Tramonte , mas desistiram pela entrada do Kalil no processo. O Novo , cada dia mais velho , e parecido com o sempre tivemos na ” política ” brasileira. Allia jacta est .
Assino embaixo . O kalil é um estorvo desagregador. Não tem como imã rua imunda ser brka, atraente e agradável.
Pensar que Zema, um dos melhores governadores que MG já teve, estará em uma mesma mesa que esse sem
Noção nos lembra o quanto a política brasileira é sem escrúpulos.
Admirava o Zema muitíssimo, mas, depois de se juntar ao Kalil, jogou por terra toda minha admiração.
Pra mim, já era.
QUem é DIREITA não engole esses APOIOS e o ZEMA é quem mais sairá perdendo. BRUNO ENGLER e o BOLSONARO agradecem essa falta de PRINCÍPIOS. Sorte do ZEMA é que o LULA virá em BH para APOIAR o ROGÉRIO CORREIA, dai ele não terá o desprazer de subir no mesmo palanque.
Muito me admiro Zema entrar nessa enroscada. Kalil e o ladrão de 9 dedos faz um par perfeito.
BH e suas peculiaridades… é inacreditável!
Parabéns pelo teto, Zé!