O ônibus de ‘luxo’ que dará a partida na próxima segunda feira, dia 17 de setembro, ligando a Savassi ao Buritis e a Cidade Administrativa nasce com alguns anos de atraso e muito a ser refletido. O modelo de carroceria escolhido pelas "autoridades" em mobilidade revela entre outras coisas, o atraso de BH em relação a cidades similares em outros países. Trata-se de uma adaptação mal feita em carrocerias montadas sob plataformas de caminhões apenas para justificar a precariedade do atual sistema de transporte, que hoje é concentrado, 90%, em carrocerias de ônibus ultrapassadas e com mais de 50 anos de vida. As mesmas que substituíram os bondes e continuam dominando a paisagem urbana de BH, poluindo o ar e sacrificando o trabalhador como se fossem latas de sardinha humanas. BH tem clima quente durante praticamente 10 meses do ano e há dias em que a temperatura interna dos ônibus ultrapassa 40 graus, expondo ao desconforto e riscos de doenças respiratórias, milhares de passageiros que usam os ônibus como único meio de transporte disponível. Com efeito, se querem realmente apresentar algo novo e moderno, os técnicos da empresa de transito e transporte precisam viajar para conhecer experiências de cidades Europeias, Americanas, Asiáticas ou mesmo em cidades como Santiago e Bogotá, que são vizinhas e usam modelos de carrocerias muito mais avançados em conforto e layout do que este apresentado em BH. Não é por acaso que a evolução do transporte publico na Capital de MG anda a passos de tartaruga. Quem pensa e administra o sistema tem olhar tacanho e não deixa dúvidas das limitações no quesito modernidade e ousadia. O que é lamentável e uma prova inequívoca de atraso quando o tema é mobilidade urbana e conforto para os usuários.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana – ACMinas
ONG SOS Mobilidade Urbana CRA MG 0094 94
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