As saídas de emergência dos aviões da TAM foram transformadas em produto. Possivelmente pelas mãos e a caneta de algum financista que enxerga o negócio pela via exclusiva dos números. O que é legítimos, mas nem sempre recomendável. Esqueceram de um pequeno detalhe ao tomar a decisão: A segurança e as conseqüências do gesto no conjunto da obra, cujo resultado a longo prazo costuma não ser previsível. A Varig e a PANAM que o digam…
A TAM carrega pessoas, e não números.
Para sentar nas saídas de emergência, onde o espaço entre as poltronas é maior, já há algum tempo, o passageiro precisa pagar R$40,00. Um valor insignificante, perto do custo de uma passagem. Porém, a atitude, além de antipática, sugere um alerta sobre a questão da segurança, na eventualidade de um pouso de emergência. Isso por que os aviões da Cia. Aérea, os A320, possuem 8 saídas de emergência, sendo duas portas na dianteira, onde ficam acomodados 2 comissários, 2 portas na traseira da fuselagem, onde também estão acomodados os outros 2 comissários e 4 portas sobre as asas, que, na eventualidade de um pouso de emergência devem, obrigatoriamente ser operadas por passageiros que se sentem aptos e que deveriam estar sentados alí. No A319, ao invés de 4, sao apenas 2 portas sobre as asas do avião. Esta advertência é feita durante os procedimentos de segurança, exaustivamente, repetidos em cada vôo, por menor que seja seu trajeto e cujo objetivo é garantir segurança para os passageiros.
Viajo todas as semanas, para várias partes do Brasil e noto que em 90% dos vôos, estes assentos passaram, desde que começaram a ser cobrados, a ficar vazios…
Embora a TAM tenha o direito de cobrar, deveria criar critérios menos rígidos para ocupação destas poltronas, pelo simples fato de que os comissários estão distantes das asas e precisam agir com rapidez nas extremidades do avião, na eventualidade de um pouso forçado.
Se a TAM e as autoridades nos permitem, a sugestão é que após os fechamento das portas, este assentos possam ser ocupados por qualquer passageiro apto a operar as saídas de emergência, resguardando o direito daqueles que fazem questão do seu uso, querem e podem pagar por isso. Isso evitaria também a abordagem sempre constrangedora que hoje acontece sem a menor cerimônia, feita pelos comissários ao "convidarem" os passageiros para retornarem aos seus assentos de origem, provocando as vezes reações desagradáveis para ambos.
Fica a dica e a sensação de que o Comandante Rolim Amaro faz muita falta neste universo instrumental e imediatista que virou a aviação comercial no Brasil, com destaque para a empresa aérea que ele fundou e sabia administrar com bom senso e visão ampliada.
José Aparecido Ribeiro
Administrador e Consultor em Marketing com MBA Executivo
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