A precariedade dos aeroportos do Brasil é algo espantoso, salta aos olhos e parece imperceptíveis para as autoridades e políticos. O passageiro brasileiro é sem duvida o mais paciente do mundo, não reclama e acomodou-se, aceita tudo calado. Os exemplos são aos montes, tem para todos os gostos. O aeroporto de Uberaba por exemplo não tem uma tomada de três pinos atualizada. Na eventualidade de atraso, o que obriga a Cia aérea disponibilizar internet, ela não existe no sistema wifi, tudo funciona no improviso. Em Manaus, basta cair uma chuva um pouco mais forte para as salas de embarque, inclusive a internacional, ser alagada e transformar o local em uma verdadeira lagoa. Brasília os banheiros são piores do que aqueles de paradas de ônibus no interior do nordeste, sujos, mal cheirosos e sempre com defeitos. Encontrar estacionamento no aeroporto Internacional de Confins em BH é quase impossível, todas a vagas são ocupadas e se houver disponibilidade o passageiro precisa fazer uma caminha de mais de um quilometro. Se não bastasse, a fiscalização feita por parte da polícia militar não perdoa, parou para deixar um passageiro, corre o risco de voltar para casa levando uma multa. Macapá o aeroporto está muito mais para rodoviária de interior do que para um terminal internacional. Quando chegam dois voos juntos, e isso ocorre todos os dias, a salas de embarque e desembarque transformam em um formigueiro humano, desconfortáveis e insalubres. É comum dois voos embarcarem ao mesmo tempo em um único portão estreito sem a menor infra estrutura. Essa é a realidade cotidiana daquele aeroporto. Ao lado tem um terminal em obra a mais de 10 anos. Dizem que ele consumiu 55 milhões de reais desviados em corrupção e superfaturamento. Imbróglio que não parece ter solução e que revela a incompetência dos políticos e a inoperância do judiciário federal. Goiânia, Vitória, Rio Branco, Boa Vista e pelo menos mais 10 capitais tem aeroportos desatualizados e parecidos com rodoviárias, mostrando o atraso do País. Quem conhece os aeroportos do USA sente desanimo quando chega aqui.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
CRA MG 0094/94
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