A instrumentalidade das Cias. aéreas no tratamento com os passageiros é algo assustador e que merece atenção das autoridades. Eles podem tudo, nós não podemos nada. Podem atrasar, podem cancelar voos, podem mudar portões e nos deixar mofando em salas de embarque desconfortáveis ou mesmo dentro de aviões lotados; podem até nos tratar como números, friamente, desumanamente. Podem cobrar por acentos que deveriam ser obrigatoriamente ocupados, por questão de segurança (saídas de emergência); não deviam, mas podem cobrar pelo lanche servido dentro dos aviões e não pensam duas vezes antes de criar instrumentos para dificultar a vida do passageiro. Fazem isso em momentos que mais precisamos deles, quando estamos vulneráveis, longe de casa, desprotegidos. Eles simplesmente nos ignoram. É a nossa palavra contra a deles e a deles quase sempre tem mais valor do que a nossa.
Na quinta feira 28.06 fiz check-in em Confins para embarcar no voo 1682 de BH para Brasília e em seguida para Macapá. Fiz todo o processo com 2 horas de antecedência. Sai de Belo Horizonte 3 horas antes do embarque, que sairia às 21:33hs, e que segundo informou a atendente da Gol, saiu às 21:57hs, afim de evitar surpresas no caminho de Confins, que está sempre engarrafado nos mesmo gargalos de sempre. Após fazer o check-in fui para a sala de embarque aguardar o voo que não aparecia no painel. Fui até a atendente da Gol, dentro da sala de embarque, e ela me informou que o voo estava atrasado 40 minutos e que eu deveria aguardar a chamada que não veio pelo alto falante, (em nenhum momento este voo apareceu no painel). Aguardei em vão…
Preocupado com a conexão em Brasilia, após me certificar que não havia anuncio do voo no painel, me dirigir a atendente às 22H, e ouvir dela que o voo já havia partido. Como fiquei sentado de costas, em virtude de não ter lugar para sentar de frente para o portão B2, aguardei a chamada de alto falante, não vi o embarque, confiante de que ele seria anunciado, (não anunciaram nem o voo e nem o meu nome). Se não bastasse, ao procurar o balcão de atendimento, fui informado que eu deveria conversar com o smile (programa de milhagem da Gol)e que eles não poderiam fazer nada, uma vez que a passagem foi emitida com milhas. (20 mil milhas).
Retornei para casa e no dia seguinte liguei para o smile, que me deu a noticia de que perdi o voo e também as milhas. Eu estava perto de casa, com recursos, mas eu poderia estar longe ou não ter recursos para me hospedar, alimentar ou fazer as necessidades básicas. A instrumentalidade e a insensibilidade dos agentes de aeroporto, que são doutrinados pelas Cia aéreas é algo que realmente assusta. Não me deram a menor bola. Ao contrário, ignoraram o meu problema que era deles também e não esboçaram qualquer sentimento de solidariedade…
É importante salientar que ninguém perde um voo de propósito dentro da sala de embarque. Lembro-me que até recentemente, mesmo se ocorresse alguma eventualidade, o passageiro seguia no próximo voo, sem nenhum estresse ou burocracia, bastava que houvesse disponibilidade. Não cobravam taxas, multas, diferenças de passagem e a atenção era total. Havia consideração pelo ser humano, pois antes de ser passageiros, somos indivíduos. Hoje valem as regra frias cujo caráter é mercantilista e nem um pouco humano. Eles podem atrasar, nos tratar como número. Ao contrario, nós, se não fizermos tudo dentro da linha, ficamos sem lenço e nem documento, a deriva de funcionários e prestadores de serviço que parecem maquinas ou ETs. Fica o protesto e a certeza de que as relações no mundo da aviação estão mudando para pior.
José Aparecido Ribeiro
Administrador
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