No último final de semana 2 e 3 de junho foi montado um palco na esquina de Rua Rio Grande do Norte com Av. Getulio Vargas e Rua dos Inconfidentes para uma festa italiana. Na noite de sábado por volta de 20H este palco começou a ser montado bem no meio de uma das vias mais importantes da capital, que faz a ligação da região central com a Av. Sra. do Carmo, saída para o Rio, Nova Lima e para os bairros da zona sul.
A Rio Grande do norte é um corredor de grande movimento de veículos 24 horas, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Por mais importante que tenha sido a festa e seus organizadores, o local parece ser inadequado, sobretudo por que não havia nenhum agente da BH Trans entre 20H de sábado e 1H da manha de domingo, ficando o transito a deriva. Não havia também qualquer sinalização indicando o seu fechamento, nem tampouco orientações e rotas alternativas. O caos tomou conta da região na noite de sábado e madrugada de domingo.
Ninguém é contra o fechamento de avenidas e ruas para a realização de festas, sejam elas italianas, chinesas, japonesas ou mesmo junina, porém fechar a única saída sul da cidade para um evento não parece razoável em um cidade que sofre com os efeitos do transito caótico diariamente, todos os dias da semana, inclusive nos finais de semana, que a ausência do poder publico é total.
A Av. Getulio Vargas entre Rio Grande do Norte e Cristóvão Colombo não tem nenhuma importância estratégica e pode ser fechada sem causar danos para a população. Há alternativas de desvio de trafego na imediações. Já a Rua Rio Grande do Norte não poderia jamais ser fechada, pois é uma das principais vias arteriais da zona sul, com repercussões por toda a região central e até na zona leste da capital.
O que chama ainda mais a atenção é o fato de que se o palco fosse montado 5 metros para o lado, mantendo a Rio Grande do Norte livre para o tráfego não haveria nenhum impacto. Porém, o palco foi montado exatamente no meio do cruzamento, fechando o corredor e deixando motoristas sem alternativas. Essas são coisas que só acontecem em BH, diante do silêncio das autoridades, revelando falta de planejamento e sem que ninguém responda pelos prejuízos causados à população.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos
Presidente do Conselho Empresarial de Política Urbana da ACMinas
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