A falta de transparência levou uma das chapas que concorrem a eleição do Simers pedir intervenção da Polícia Federal na eleição da próxima quinta-feira dia 28 de novembro
Os exemplos e notícias de fraudes em eleições se espalham rapidamente e por todas as partes, em todos os níveis. Desde quando a voz das ruas deixaram de conversar com a voz das urnas, os processos eleitorais, sejam eles para presidente da República – veja o caso da Venezuela, cujo resultado parece inquestionável até para os esquerdistas mais radicais – mesmo para uma simples eleição de sindico de condomínio, boa parte deles passaram a gerar dúvidas. Não está sendo diferente no maior sindicato de médicos do Brasil.
O que garantia a democracia, o republicanismo e a alternância de poder seja de um país, de um estado, e até de um sindicato, até aqui foi a inviolabilidade das urnas e a boa-fé dos sistemas eleitorais. Mas essa inviolabilidade parece não estar mais sendo garantida por comissões que têm a missão de manter isenção, distanciamento e lisura, garantido resultados fidedignos nas eleições em qualquer nível. Os processos, sejam eles eletrônicos, mistos ou manuais, possuem em comum o fator humano. E onde ele, o FH, está presente, a possibilidade de fraude existe.
A desconfiança no processo e em seus condutores, veja o caso de um importante país da América do Sul, em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral era, na ocasião da eleição, desafeto declarado de um dos candidatos. Se é possível acontecer fraudes em eleições presidenciais, por que não seria em um sindicato? (Qualquer semelhança com fatos conhecidos da história recente, é mera coincidência). Não está sendo diferente no maior sindicato médico da América do Sul, o do Estado do Rio Grande do Sul, (Simers), onde três chapas disputam o pleito na eleição que vai acontecer na próxima quinta-feira dia 28 e novembro.
A Comissão Eleitoral que comanda o processo de escolha da nova direção do Simers, recebeu, ontem, sexta-feira (22), representação da chapa de oposição, chapa 2, liderada pelo médico e ex-presidente Marcelo Matias, pedindo explicações sobre a escolha da empresa que fará a gestão da votação pela web e exigindo a presença de observadores externos, além de garantia de auditoria sobre os resultados. Pelo visto, não está havendo transparência na contratação da empresa e portanto, tornou-se prudente a solicitação de acompanhamento do pleito.
É sabido que das três chapas, duas possuem vínculos ideológicos fortes com as pautas de esquerda. Já a chapa 2, que desconfia da lisura do processo, possui majoritariamente, médicos com pensamentos conservadores. Com efeito, mais importante do que a ideologia, é constatar que descobriu-se poucos dias antes da eleição do Simers, por exemplo, que até mesmo médicos já falecidos estão habilitados a votar. Pasmem, constatou-se também que médicos jubilados que tiveram inscrições canceladas, estão sendo convocados a comparecer nas eleições para votar, o que em tese, seria proibido pelo próprio estatuto o sindicato.
Ou seja, o imbróglio parece estar apenas começando e o Blog teve acesso ao documento que sustenta as alegações da Chapa 2 que se antecipou e pede maior rigor na apuração dos votos e acompanhamento do processo eleitoral no Rio Grande do Sul. Veja na integra quais os questionamentos:
“Chapa 2 – SIMERS de Verdade
À Comissão Eleitoral
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS)
Assunto: Solicitação de Empresa Certificada ISO 27001, Acompanhamento das Autoridades Competentes, Auditoria Independente e Questionamento sobre a Inclusão de Eleitores no Colégio Eleitoral.
- Questionamento sobre o Colégio Eleitoral
A Chapa 2 também identificou problemas com o colégio eleitoral. No primeiro envio das chapas, mais de 800 eleitores aptos a votar foram excluídos, sendo estes associados jubilados do SIMERS. Além disso, foi constatado que eleitores falecidos continuam constando na lista de votantes. Esses erros podem comprometer a integridade e a legitimidade do processo eleitoral. Solicitamos que uma revisão completa e rigorosa da lista de eleitores seja realizada, com a devida exclusão dos falecidos e inclusão dos eleitores jubilados e demais eleitores aptos.
- Solicitação de Auditoria Independente Contratada pela Chapa 2
Prezados(as) membros da Comissão Eleitoral,
A Chapa 2 – SIMERS de Verdade, com o objetivo de garantir a máxima segurança, transparência e integridade no processo eleitoral das eleições do SIMERS, vem formalmente apresentar as seguintes solicitações, preocupações e questionamentos, com base nas discussões e pontos levantados durante nossa participação no evento Janela da Transparência, realizado em 20/11/2024:
- Contratação de Empresa Certificada ISO 27001
Com base nas discussões do evento, solicitamos que a empresa contratada para a administração do sistema de votação seja certificada ISO 27001, uma norma internacionalmente reconhecida para gestão de segurança da informação. A certificação garante que a empresa siga as melhores práticas para proteger os dados dos eleitores e assegurar a integridade dos resultados da eleição.
- Acompanhamento e Supervisão de Autoridades Competentes
Para garantir que o processo eleitoral seja seguro e transparente, solicitamos que a Comissão Eleitoral assegure o acompanhamento das seguintes autoridades:
- Polícia Federal (PF): Para monitoramento da segurança cibernética e investigação de possíveis fraudes no sistema eleitoral.
- Departamento de Investigações Criminais da Polícia Civil (DEIC): Para fornecer apoio técnico na identificação de quaisquer infrações ou falhas no processo eleitoral.
- Ministério Público Federal do Trabalho (MPF): Para garantir que o processo eleitoral seja conduzido de maneira justa e legal.
- Preocupação com a Fala do Auditor da Empresa The Perfect Link
Durante o evento Janela da Transparência, a Chapa 2 expressou preocupação com a fala do auditor Fernando, da empresa The Perfect Link, que mencionou ter auxiliado na montagem do processo eleitoral. Esse envolvimento gerou questionamentos sobre a imparcialidade do processo, considerando o papel fundamental da empresa na condução do pleito. Solicitamos esclarecimentos formais sobre o nível de envolvimento da empresa na estruturação do processo eleitoral, e como a Comissão Eleitoral garante a imparcialidade do processo.
A Chapa 2 solicita que seja realizada uma auditoria independente, contratada por nossa chapa, para avaliar a integridade do processo eleitoral. A auditoria deverá ser conduzida por uma empresa ou entidade externa e imparcial, especializada na realização de auditorias em sistemas de votação eletrônica, com o objetivo de garantir que todo o processo eleitoral seja transparente, justo e livre de manipulações.
- Solicitação de Divulgação do Resultado Somente Após Conferência pela Auditoria Independente
A Chapa 2 solicita que o resultado do processo eleitoral seja divulgado somente após a realização e conferência do processo eleitoral pela auditoria independente solicitada pela nossa chapa. Esta medida visa garantir que os resultados sejam verificados por uma entidade imparcial, proporcionando maior confiança em toda a legitimidade do pleito.
Objetivo e Solicitação
Essas solicitações têm como objetivo garantir um processo eleitoral justo, seguro e transparente. A Chapa 2 reitera a importância da revisão da base de dados, da certificação da empresa responsável pela votação e do acompanhamento do pleito pelas autoridades competentes, para que todos os eleitores possam votar com confiança e que os resultados da eleição sejam legítimos.
Dada a urgência e a importância das questões levantadas, solicitamos que as providências e respostas sejam encaminhadas no prazo máximo de 24 horas úteis.
A Chapa 2 aguarda um retorno formal sobre as providências a serem tomadas em relação a essas questões e está à disposição para colaborar na implementação das medidas necessárias.”
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945
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