Outros alimentos devem ter alta expressiva, impactando diretamente a cesta básica das famílias brasileiras
Por: Gustavo Defendi – sócio-diretor da Real Cestas, empresa com mais de 20 anos de experiência no mercado de cestas básicas
“O Brasil projeta uma supersafra de arroz em 2025, trazendo um cenário de otimismo, após um 2024 marcado pelos desafios climáticos. As enchentes no Sul e a irregularidade das chuvas reduziram a produção do grão, diminuindo a oferta. Para o próximo ano, as expectativas apontam para uma recuperação significativa, com melhores condições climáticas e investimentos em tecnologia agrícola. Essa alta na produção deve aliviar os preços do arroz, com estimativa de queda de mais de 5% no valor do produto.
No entanto, outros alimentos devem ter alta expressiva, impactando diretamente a cesta básica das famílias. A combinação de câmbio elevada e oferta restrita deverá elevar os preços dos alimentos em mais de 7% em 2025, produtos como carnes, café e óleo de soja estão entre os itens mais afetados, com variações projetadas entre 4,5% e 11%.
O preço da carne bovina, por exemplo, já apresenta alta significativa. Em outubro de 2024, a arroba do boi gordo alcançou 300 reais, o maior patamar em 20 meses, conforme estudos do setor econômico. A baixa oferta de gado pronto para o abate, agravada pela seca e queimadas, contribui para a pressão nos preços, impactando diretamente no custo da carne e do leite. A perspectiva para o próximo ano é de preços mais elevados com a arroba do boi podendo subir entre 10% e 20%.
A carne de frango e os ovos também devem acompanhar a tendência de alta, com aumentos previstos de 5,3% e 6,2%, respectivamente. O óleo de soja pode subir até 8%, apesar da previsão de safra recorde, devido à valorização cambial e à alta demanda por biodiesel. No caso do café, a situação é ainda mais preocupante, com estimativa de alta de 11% em 2025, impulsionada pela seca e pela menor produtividade das máquinas.
O câmbio alto aumenta os riscos inflacionários desses produtos, principalmente para o café, trigo e óleo de soja e as empresas já repassam os custos ao consumidor.
Arroz, feijão, tubérculos e hortaliças têm projeções de queda de preços, favorecidos por condições climáticas mais favoráveis. A ausência de fenômenos atmosféricos e de chuvas acima do volume, entre outros, pode permitir safras robustas e uma inflação alimentar dentro da meta, ajudando as famílias de baixa renda a preservar o poder de compra.
Apesar de possíveis reduções em itens específicos, o cenário geral para 2025 aponta para uma cesta básica mais cara e as famílias devem sentir o peso no bolso, com aumentos significativos em produtos essenciais. O desafio para os consumidores será equilibrar o orçamento em um ano de contrastes no mercado de alimentos.
Gustavo Defendi é sócio-diretor da Real Cestas, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado de cestas básicas. Possui experiência corporativa, financeira e contábil no mercado da indústria alimentícia, gestão financeira, inteligência de negócios, estratégia e inteligência de mercado. Formação acadêmica na Escola de Engenharia Mauá e MBA em Estratégia de Mercado na Fundação Getúlio Vargas. Certificação para conselheiro no IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.”
- O Blog foi provocado pela Máxima Assessoria de Imprensa, jornalista Luciana Vitali
José Aparecido é jornalista e editor
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