Obras no Trevo do BH Shopping foram pauta de Audiência Pública na CMBH. Uma Consulta será feita para a retomada das intervenções que poderão eliminar um dos 200 gargalos que BH possui

A insalubridade do trânsito no Portal Sul de BH deve ser motivo maior para retomada das obras no trevo do BH Shopping, paralisado por causa do corte de meia dúzia de árvores 

Foto: Câmara Municipal de BH – Trevo do BH Shopping

Na tarde da última quarta-feira (3), por iniciativa da Vereadora Fernanda Altoé (Novo-BH) o trânsito do Portal Sul de Belo Horizonte foi debatido com membros de associações, ONG´s, Ministério Público, representantes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital – Sudecap, além de moradores que compareceram à Audiência Pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte, no Plenário Amintas de Barro, para relatar o drama de quem precisar circular pela região e encontra engarrafamentos a qualquer horário dia.

O Portal Sul da capital foi um dos que mais sofreram adensamento nos últimos 50 anos, e quem precisa acessá-lo, sofre com as consequências da falta de infraestrutura capaz de comportar o volume de tráfego. Circular pelas imediações do BH Shopping a qualquer hora do dia virou um pesadelo para quem está de passagem e para quem mora na região, incluindo os bairro de Nova Lima que são limítrofes com BH, como Jardim Naves, Vila da Serra e as dezenas de condomínios da região.

Todos os caminhões levam a Roma, e em BH, no Portal Sul, ao Trevo do Belvedere, construído há mais de 40 anos quando a cidade possuía uma frota com menos de 500 mil veículos. Hoje a frota ultrapassa os 2,5 milhões e as vias permanecem as mesmas. Ou seja, sem intervenções de engenharia, o caos tende a se agravar. A ausência de alternativas que permitam fluidez no trânsito, salta aos olhos de leigos, mas parece não atingir os políticos que governaram e os que governam atualmente a cidade, e nem tampouco os técnicos da BHTrans, Sudecap e das secretarias ligadas ao tema mobilidade. Eles o básico e parecem alheios ao sofrimento da população. A maioria, com mais de 20 anos de casa, esperando por aposentadoria. Em alguns órgãos, o grupo é o mesmo há mais de 30 anos. Engenheiros que não querem trabalho e preferem os puxadinhos, no lugar de obras de arte da engenharia.

Foto: CMBH – Vereador Bráulio Lara – Novo-BH

“Sair e entrar no bairro Belvedere virou pesadelo a qualquer hora do dia, e a prefeitura não pode mais postergar as intervenções que já deveriam ter sido feitas há 40 anos. A região é ponto de passagem de milhares de veículos que chegam do interior de Minas, com destino à Savassi, ao Centro e as regiões Leste e Norte da cidade. Sem intervenções de engenharia, a cidade vai parar”, lembrou o vereador do Partido Novo, Bráulio Lara que é o presidente da Comissão de Mobilidade, Comércio e Serviços da Câmara Municipal e que está preocupado com o assunto. Bráulio é morador do bairro mais populoso da capital, o Buritis, que sofre com a precariedade da infraestrutura.

Bráulio lembra ainda que as intervenções para melhorar a região incluem o cruzamento das Avenidas Raja Gabaglia, Barão Homem de Melo e Rua José Rodrigues Pereira, além do trevo em frente ao Morro do Papagaio. O bairro Buritis é o mais adensado da cidade com mais de 45 mil moradores, a maioria utilizando o carro como meio de transporte, tendo em vista a topografia da região que não permite transportes que não sejam os motorizados.

“Cabe lembrar ainda que todas as intervenções ocorridas nos últimos 50 anos, como as duas alças de acesso ao bairro Vila da Serra e o Túnel do Ponteio, ocorreram por intermédio da iniciativa privada, como medida compensatória. A PBH não investe na região, portanto, há mais de 50 anos, a não ser com os já conhecidos e abomináveis puxadinhos paliativos que empurram o problema de uma esquina para outra”, destaca o parlamentar do Partido Novo.

A paralisação das obras de alargamento do viaduto sobre a BR 356, e da Av. Raja Gabaglia no trecho entre o viaduto e a Praça Marcelo Menicucci, além do alargamento da Av. Luiz Paulo Franco, um dos mais de 200 gargalos que BH possui, se deu, de acordo com o Leonardo Gomes – Superintende da Sudecap por solicitação de representantes de uma das associações de moradores do bairro Belvedere, o que é contestado por outras lideranças que também representam o coletivo do bairro.

O mais conhecido, conhecido como o “prefeito” do Belvedere, Ubirajara Pires – Presidente da AABB – Associação dos Amigos do Bairro Belvedere – representando os moradores dos edifícios, é contra a obra, que, segundo ele, não resolve o problema e vai suprimir árvores. Pires disse que um estudo técnico mostra que a intervenção não vai melhorar a fluidez e que não justifica a retirada das árvores. Renata ainda que a Lagoa Seca vai ser prejudicada, pois é um local onde ps moradores fazem caminhadas nos finais de semana e que a retirada das arvores pode prejudicar a saúde dos atletas do Belvedere.

A Vereadora Fernanda Altoé do Partido Novo, responsável pela convocação lembrou que a proposta parece não ter sido bem compreendida pela Associação, uma vez que o cinturão verde que protege a lagoa não será totalmente removido, apenas o espaço necessário para a construção de mais uma pista, o que representa apenas 4 metros, necessarios para a construção de mais uma via, aumentando para três faixas no trecho que liga a Av. Luiz Paulo Franco à BR 356 e a Av. Raja Gabaglia, ampliando o viaduto.

Foto: José Eugênio Monteiro de Castro – Presidente Associação de Moradores do Belvedere

Já para o Presidente da Associação dos Moradores do Bairro Belvedere – AMBB – representante dos moradores das casas, José Eugênio Monteiro de Castro, a paralisação das obras não se justifica, pois os prejuízos que o trânsito lento vem causando são muito maiores do que os benefícios de algumas arvores que serão suprimidas ali e plantadas em outros locais: “Estamos sendo submetidos a um estresse desnecessário, por causa do trânsito caótico que adoece as pessoas, incluindo as que precisam passar pelo bairro. Além do mais, não fomos consultados e esta obra, ainda que não seja a ideal precisa ser reativada imediatamente, pois é extremamente necessário que alguma coisa seja feita”, relata preocupado com a necessidade por exemplo de acessar algum dos hospitais da região. Castro argumentou que tem medo de passar mal em casa e não conseguir chegar a tempo em um dia vários hospitais da região, por causa do volume de carros parados em engarrafamentos gigantes.

Fernanda Altoé contesta os argumentos do representante da Associação de moradores dos prédios, Ubirajara Pires e vai além dizendo não existir justificativa plausível para a paralisação da obra, pois o trânsito da região é insalubre virou assunto de saúde pública e não interessa só ao bairro Buritis, mas a cidade inteira. A parlamentar propôs na Audiência, conversar com moradores e retomar as obras imediatamente: “Vamos elaborar uma consulta pública a todos os usuários que moram e circulam pela região buscando priorizar os interesses coletivos. Não é possível que o desejo de alguns possa prevalecer sobre o da maioria dos que necessitam daquela intervenção”, encerra a parlamentar.

A obra que foi licitada envolve intervenções no Trevo do BH Shopping, com alargamento do viaduto, aumentando uma via em cada sentido, e entre o viaduto e a Praça Marcelo Menicucci, além de alargamento da Av. Luiz Paulo Franco. Se não houver acordo para retomada da obra conforme a licitação, um ajuste no contrato terá que ocorrer para que as obras voltem a ser feitas. Enquanto isso, o caos aumenta e a falta de fluidez na região se agrava, trazendo prejuízos para toda a cidade, haja visto os reflexos que são irradiados por várias avenidas importantes da Região Centro Sul de BH, além do Anel Rodoviário e MG-030, que dá acesso à Nova Lima.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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