Pesquisa da CNT revela o que BH deseja e a BHTRANS não consegue ver.

A semana foi marcada, no tema mobilidade urbana, por uma pesquisa divulgada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes). A população de Belo Horizonte soma 2,5 milhões de pessoas, e possui uma frota de veículos de 1,7 milhões de unidades. É o pior trânsito do Brasil. O que foi revelado em números, a população conhece na prática.

Não por que exista excesso de veículos, isso não muda, eles só aumentam, dia após dia. O que deveria, e não muda, é a infraestrutura da cidade que estacionou e está parada há 40 anos. Sucessivas administrações fecharam os olhos e acreditaram em técnicos acomodados, preguiçosos e incompetentes.

65% da população escolheu ter carro, e não é por acaso. A cidade não oferece transporte coletivo de boa qualidade. E ainda que oferecesse o carro não é apenas um meio de transporte. A “turma do deixa disso” não consegue compreender que belo-horizontino e brasileiro é apaixonado por carro. Tê-lo e não poder usá-lo é no mínimo improvável. Quem tem pode e tem o direito de usá-lo como e quando quiser. E não é estreitando vias que o problema será resolvido.

Os dados da pesquisa da CNT deveriam mobilizar a Prefeitura, a BHTRANS, a SUDECAP e a engenharia da cidade. Evidentemente deixando de lado o politicamente correto, modelos que não se aplicam ao clima e a topografia de BH, fazendo a interpretação da realidade como ela é, e não como acham que deveria ser. Erro grave de interpretação que só atrasa as soluções. Não adianta espernear, a cidade precisa de obras e elas estão se acumulando, enquanto as desculpas e a leitura equivocada permanecer.

Com efeito, a cidade não pode mais conviver com o romantismo e o vícios ideológicos inúteis de quem pensa a mobilidade. É urgente a elaboração de um plano para a cidade, que não seja PLANMOB. Este já era, deu provas de que não está conectado com a população, é mero devaneio de urbanistas e técnicos que vivem aqui, mas com a cabeça na Europa. O cidadão belo-horizontino não pode mais acreditar em planos que oferecem BRT e ciclovia apenas como alternativa. Isso é muito pouco perto do que a cidade precisa para a mobilidade. A capital precisa da engenharia urgente.

José Aparecido Ribeiro
Jornalista/Consultor em Assuntos Urbanos – DRT 17.076/MG
Blogueiro portal uai.com.br
31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas