Cansados de esperar por atitudes da bancada federal de Minas em Brasília, especialista em “leitões a pururuca”, um grupo de empresários de Betim resolveu construir o próprio aeroporto. A conexão do polo indústrial via Rodoanel a Confins, que espera há décadas, teria evitado mais um aeroporto na RMBH. Mas tudo que depende do governo federal e de decisões políticas, sobretudo nos últimos 20 anos, acaba demorando mais do que a economia pode esperar.
Do outro da cidade a BH Airport Concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, e os defensores da não reabertura do Aeroporto da Pampulha batem cabeça tentando impedir os voos de BH entre aeroportos centrais de São Paulo, Rio, Brasilia e Vitoria, o que fomentaria a economia da Capital e do Estado. Já em Betim, em ritmo acelerado, movimentando a economia da cidade e do seu entorno, o Aeródromo Inhotim promete levar mais de 120 empresas para a região no Distrito Industrial de Bandeirinhas, ocupando um sítio de 12 milhões de metros quadrados.
Está fresco na memória, quando lançado o projeto “Vetor Norte”, havia promessa de um Rodoanel com 67 Km ao norte, iniciando na BR 381 sul, em Betim, conectando a mesma Rodovia no território de Ravena passando por Confins; e outro com 35 km ao sul, ligando a BR 381 à BR 040 em Itabirito, tirando caminhões do Anel Rodoviário de BH, saturado há mais de duas décadas e com promessas de reforma que também não avançam.
Espantoso neste episódio não é a iniciativa dos empresários que cansaram de esperar por soluções logísticas que facilitem o escoamento da produção e a chegada de insumos para a indústria automobilística e de petróleo, mas a inércia de Suas Excelências, Deputados e Senadores mineiros que não conseguem emplacar um único projeto relevante para melhorar a infraestrutura do Estado. O presidente Temer, vale lembrar, não escalou um único mineiro para o seu ministério e parece ter esquecido que a chapa Dilma Temer derrotou o candidato tucano Aécio Neves no pleito de 2014 justamente em MG.
Com efeito, Betim dá um passo gigante para ganhar autonomia no transporte de carga aérea e quiçá até de passageiros em breve, já que tem ao lado do Aeródromo, além de um parque industrial com centenas de empresas, o maior museu natural do mundo, o Inhotim, que é reconhecido internacionalmente e recebe turistas de todos os cantos do planeta. (não se deve esquecer a represa Várzea das Flores e seu grande potencial turístico). O Aeródromo contará com pista apta a receber aviões de grande porte da série Boeing 737-800 e A320.
Com 1.800 metros a pista não terá restrição de pousos e decolagens e contará com sistema moderno de segurança ILS (Instrument Landing System), habilitando operações por instrumentos, com segurança total. O novo Aeroporto tem previsão para iniciar suas operações em 2019 e foi orçado em R$160 milhões, sem dinheiro público, diga-se de passagem, mas com o apoio da Prefeitura de Betim, desburocratizando os processos e liberando aquilo que é de sua responsabilidade. Em Betim, se a prefeitura não pode ajudar, atrapalhar jamais…
José Aparecido Ribeiro
Jornalista e blogueiro no portal uai.com.br – DRT 17.076 – MG
Articulista nas Revistas: Exclusive, Minas em Cena e Mercado Comum
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