Cultura Viva: como empresas estão despertando o orgulho de pertencer ao grupo por meio de conexões fortes e verdadeiras

Organizações brasileiras estão revisitando seus valores e investindo em ações que promovem conexão emocional, propósito e engajamento real entre colaboradores e o sentimento de pertencimento.
Em um cenário de transformações profundas nas relações de trabalho, a cultura organizacional deixou de ser um conceito abstrato e passou a ocupar papel central na estratégia de negócios. Muitas empresas brasileiras estão, atualmente, revisitando seus valores e propósitos com o objetivo de fortalecer o vínculo emocional dos colaboradores com a organização.
O resultado desse movimento é o que especialistas chamam de “Cultura Viva” – um modelo de cultura que é sentido no dia a dia, praticado de forma autêntica e compartilhado por todos os níveis da empresa. O Bog conversou com Fabiana Dutra, que é CEO da Elox Experience, e especialista em Employee Experience, que significa, “experiência do colaborador” em português, ou conjunto de percepções e sentimentos que um colaborador tem em relação à sua jornada dentro de uma organização, desde o primeiro contato (como o recrutamento) até a saída da empresa.
Essa experiência inclui tudo o que impacta o dia a dia do colaborador, como: Ambiente de trabalho; Cultura organizacional; Gestão e liderança; Benefícios e reconhecimento; Oportunidades de crescimento; Comunicação interna; Tecnologias e ferramentas utilizadas. O objetivo de trabalhar bem o employee experience é criar um ambiente mais positivo, engajador e produtivo — o que também ajuda a atrair e reter talentos.
Fabiana Dutra relata que a cultura viva é aquela que pulsa na rotina, nos comportamentos e nas decisões diárias: “Não se trata de algo simbólico, e sim de uma experiência concreta que conecta pessoas ao propósito coletivo”, afirma a CEO da Elox. Para ela, estamos vivendo um momento em que os colaboradores querem mais do que benefícios: eles querem fazer parte de algo que tenha sentido e os represente.
Esse reposicionamento cultural não parte apenas de decisões da alta liderança, mas de um processo mais coletivo e participativo. Para além dos discursos institucionais, as ações práticas são o que dão vida a essa cultura. Muitas empresas vêm investindo em campanhas internas de orgulho de pertencer, rodas de conversa com escuta ativa, e programas de embaixadores da cultura – colaboradores que se tornam referências positivas dentro dos seus times.
Essas iniciativas têm como objetivo criar conexões genuínas, fortalecer a confiança e ampliar o sentimento de valorização e pertencimento. Eventos simbólicos, como cerimônias de boas-vindas a novos talentos, reconhecimento entre colegas e ações de integração entre áreas também fazem parte desse conjunto de experiências culturais.
“Fazer o colaborador se sentir parte de algo maior passa por escutá-lo verdadeiramente, incluir suas narrativas na construção da cultura e reconhecer sua contribuição de forma contínua”, reforça Fabiana. “A experiência do colaborador não se trata de projetos pontuais, mas da forma como a organização cuida da sua gente em todos os pontos de contato.”
Outro ponto de destaque é que o fortalecimento da cultura não é uma responsabilidade exclusiva do RH. Para que a cultura seja realmente viva, é necessário o engajamento dos líderes e das equipes. Em empresas que avançaram nesse sentido, cada gestor passou a ser visto como um agente da cultura: “Um líder que vive os valores da empresa, que escuta, reconhece e compartilha aprendizados, é o maior vetor de cultura que se pode ter”, afirma a consultora de liderança e cultura organizacional.
Essa descentralização da responsabilidade cultural permite que os valores da empresa sejam incorporados nas decisões do dia a dia, desde o nível estratégico até as interações mais simples entre colegas. Os resultados alcançados por empresas que apostam nesse caminho já são evidentes.
A startup NovaPraxis, citada por Fabiana, e que pertence ao setor de saúde, reduziu o índice de turnover em 38% após implementar um programa de Cultura Viva com escuta semanal, reconhecimento entre pares e formação de lideranças conscientes. Já a empresa de logística MobiTrax observou um aumento de 41% no índice de engajamento interno depois de promover campanhas de valorização cultural e encontros mensais entre diretoria e colaboradores da operação.
Mais do que uma tendência, a construção de uma cultura viva é hoje uma necessidade estratégica para organizações que desejam crescer com propósito e manter seus talentos engajados. Trata-se de um processo contínuo, feito de escuta, ação e, acima de tudo, coerência entre o que se fala e o que se pratica. “Cuidar da cultura é cuidar das pessoas. E pessoas engajadas fazem empresas mais fortes, humanas e sustentáveis”, conclui Fabiana Dutra.
Fabiana Dutra é Especialista em Employee Experience, Conselheira, Mentora e Palestrante Co-autora no livro: Organizações Conscientes
Instagram: fabianadutra
LinkedIn: Fabiana Dutra
O Blog foi provocado pela jornalista Carol Freitas – Assessoria de Imprensa
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
www.zeaparecido.com.br – jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945
Fortaleça o jornalismo independente, anunciando, compartilhando, sugerindo pautas e doando pelo pix: 31-99953-7945