A face oculta do novo Tzar tupiniquim, revelada em ensaio fotográfico – Texto de Diego Muguet

O Texto do economista Diego Muguet sobre o ensaio fotográfico de sua Alteza, Alexandre de Moraes, feito pelo fotógrafo Fábio Setti, a pedido da revista The New Yorker, é uma síntese da face oculta do Tzar tupiniquim. Diego publicou em sua página do Twitter/X.
Depois do ensaio viralizar na internet revelando, nas nuances, a vaidade do “deus da democracia tupiniquim”, o fotografo apagou a publicação. A Matéria intitulada “O Juiz Brasileiro Enfrentando a Extrema Direita Digital” – trazendo no bigode “Os esforços de Alexandre de Moraes para combater o extremismo online o colocaram contra Jair Bolsonaro, Elon Musk e Donald Trump”, é assinada pelo jornalista de extrema esquerda Jon Lee Anderson, e foi publicada na edição do dia 7 de abril de 2025.
A publicação está disponível com tradução pelo google na The New Yorker pelo link: https://www.newyorker.com/magazine/2025/04/14/the-brazilian-judge-taking-on-the-digital-far-right

POR: Diego Muguet – Economista
“Essa foto de capa não mostra um juiz.
Mostra a consagração de um arquétipo.
Mostra o nascimento visual de uma nova entidade de poder:
O Estado-persona. O Juiz absoluto. O veredito sem apelação.
O fundo é vermelho puro. Sem bandeira. Sem símbolos da República.
Porque essa imagem não representa a democracia. Representa a sentença.
O vermelho é o tom do sangue autorizado, da justiça ritual, da autoridade final.
Não é cenário. É altar.
A toga não é uma veste jurídica. É uma armadura teocrática.
Ela não veste — ela absorve.
Ela transforma o homem em instituição viva.
Em corpo total do Estado.
Nada mais está presente. Só ele.
Os olhos fechados não são humildade.
São desconexão proposital do mundo externo.
“Não preciso te ver para te julgar. Já sei. Já decidi.”
É o gesto do oráculo. Do inquisidor.
Do juiz que já ultrapassou a etapa da dúvida.
Essa imagem não foi feita para informar.
Foi feita para doutrinar.
Para criar uma estética emocional de autoridade incontestável.
“Aqui está o poder. Você não dialoga com ele. Você obedece.”
O que ela comunica é claro:
Não há três poderes.
Não há Parlamento.
Não há povo.
Só há um vértice. Uma figura. Um dogma.
A toga cobre tudo.
Esse é o novo símbolo do poder brasileiro:
Não mais o debate, o voto ou a Constituição.
Mas a imagem.
A toga.
O silêncio.
E o medo de pisar fora da narrativa.”
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
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Excelente texto/poema. Sem texto abundante nem narrativas retóricas, definiu o que é, o que sono, o que estamos vivendo – cruel.