De 3 a 10 de agosto, um mutirão liderado pela Escola de Arquitetura da UFMG, transforma espaços e promove programação cultural em torno da região do Ribeirão da Onça

Mais que um festival para celebrar a cultura, o esporte e a arte, o Festival da Onça promove a transformação de espaços em bairros periféricos do entorno do Ribeirão da Onça, em Belo Horizonte. Ele acontece entre os dias 3 e 10 de agosto nos bairros Novo Aarão Reis, Novo Tupi e Ribeiro de Abreu.
Belo Horizonte são muitas cidades dentro de uma só, todas cheias de contradições. Mas, para vê-la além dos pontos turísticos conhecidos, é preciso renovar a maneira de olhar para a cidade e pensá-la de forma coletiva, olhando para o futuro, sem esquecer do passado. Só assim ela nos revela uma potência como é o Ribeirão do Onça, hoje um local degradado, mas que já foi palco de praia, banhos de cachoeira e lazer.
Quem mora na região próxima a esse tesouro que é vítima do “progresso”, sabe que ali já foi um lugar onde bebia-se água límpida, nadava-se nas praias de água doce e banhava-se no que hoje é a maior cachoeira dentro do território de uma capital brasileira, imprópria para o banho. Hoje, infelizmente, a água está poluída pelo esgoto de uma capital com 2,5 milhões de pessoas, que não conhecem a história do “Onça”.
“Desde 2017, a Escola de Arquitetura da UFMG realiza junto à comunidade da região do Ribeirão da Onça mutirões de transformação de espaços degradados em áreas de lazer. Contamos com apoio do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu, o Comupra, da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte, a Urbel, e do Projeto Manuelzão, da UFMG”, explica Roberto Andrés, professor da UFMG e coordenador do projeto.
“Depois de muitas conversas com moradores(as) e apoiadores(as), foram realizados os projetos, que serão colocados de pé durante o Festival, em três áreas às margens do Ribeirão da Onça.” completa Débora Tavares, Coordenadora de Intervenções. Cada transformação será conduzida por um coletivo de arquitetura: a Oficina Pele, a Equipe Tuná e o grupo Amarra.

- MIRANTE DA CACHOEIRA – Bairro Novo Aarão Reis
Em frente à maior cachoeira em capitais do Brasil, o AMARRA desenvolveu um projeto com os moradores para a construção de um mobiliário multiuso: mirante, área de lazer e brinquedo. Dali será possível observar a cachoeira do Ribeirão da Onça, com seus 31 metros, jorrando suas águas sobre o leito de pedras do Ribeirão. Participação de artistas do bairro na execução de murais artísticos no local.
- CAMPINHO DO CONJUNTO CBTU – Bairro Novo Tupi
No já existente campo de futebol do Conjunto Habitacional CBTU, no entanto serão realizadas uma série de intervenções concebidas junto à comunidade local. Quem toca o projeto é a Oficina Pele, composta por profissionais de arquitetura que atuam com técnicas alternativas de construção. As intervenções contarão com bancos de pedra e barro para apreciação dos jogos; construção de brinquedos de madeira e de um pergolado; uma pista de caminhada, e também a criação de uma horta comunitária ao lado do campo, implementada com apoio da Urbel.
- REGIÃO DA AREIA BRANCA – Bairro Ribeiro de Abreu
No encontro do Ribeirão da Izidora com o Ribeirão da Onça, forma-se uma bela praia de areia branca, bem em frente a uma escola municipal. A partir de uma série de oficinas com moradores do entorno, a Equipe Tuná concebeu o projeto de intervenção para a área com a construção de um mobiliário em bioconstrução, espaços para capoeira e para escalada, além de um parquinho infantil com balanços.
Programação Cultural
O Festival da Onça conta com uma semana de programação cultural: shows, intervenções artísticas, ações desportivas, de mobilidade urbana, atividades educacionais e feiras, com participação de moradores dos diversos bairros do entorno do Ribeirão da Onça e de outras regiões da cidade. “A Festa aqui na Região do Baixo-Onça já é uma tradição, os moradores fazem festa para inaugurar academia, ponte e a gente mantém a tradição da festa pra comemorar a transformação de mais três espaços por aqui”, comenta Letícia Ribeiro, Coordenadora de Mobilização e Articulação.
“A festa aqui é uma bela desculpa para vivermos ainda mais intensamente o Ribeirão da Onça e abraçarmos a causa de valorizar e divulgar esse patrimônio coletivo de Belo Horizonte” conta a produtora Paula Kimo, produtora do Festival da Onça.
O Festival da Onça é realizado pela Escola de Arquitetura da UFMG, por meio do projeto de extensão Megafone das Lutas.
Quem quiser participar deste evento deve buscar mais informações: festivaldaonca.com.br @festivaldaonca
- O Blog foi provocado pela Jornalista Renata Alves da Renata Alves Comunicação de BH
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor – Vice-presidente da Abrajet Nacional
www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945
Colabore com a manutenção deste Blog anunciando, compartilhando e doando pelo pix: 31-99953-7945
Ótima oportunidade na fomentação do turismo e cultura. Parabéns aos envolvidos e sucesso!