2022 é amanhã e o bloco da disputa presidencial já está na rua, alguém tem dúvida?

POR: Raquel Faria – Jornalista e articulista no Blog.

“Estamos há menos de um ano e meio da campanha presidencial. A movimentação e as pesquisas já  começaram. E o quadro da disputa, até o momento, aponta para uma clara vantagem de Bolsonaro. O presidente está partindo para a reeleição com vários trunfos na manga. É o favorito, gostem vocês ou não. Mas Bolsonaro tem um ponto fraco, uma grande vulnerabilidade, que pode dissipar esse favoritismo e derrotá-lo nas urnas.

Vamos analisar primeiro os trunfos. O presidente tem a vantagem natural do cargo. Em geral, o candidato à reeleição tem mais chances, por várias razões. Quem está no poder sempre é mais conhecido, tem visibilidade permanente. O eleitor tem medo de mudanças, só quer mudar quando não dá mais para continuar.  E o poder da caneta presidencial é mágico. Com ela o presidente pode tomar iniciativa; pode usar o orçamento trilionário e a máquina gigantesca para melhorar a popularidade, conquistar apoios, minar adversários. Aliás, ele já vem fazendo isso.

Também favorece Bolsonaro a fragmentação da sua oposição. O rival que pontua melhor nas pesquisas, o ex-presidente Lula, dificilmente poderá ser candidato.  João Dória tem sido uma decepção, com pontuação baixíssima nos dois levantamentos divulgados em fevereiro, da XP/Ipespe e do Instituto Paraná. Sérgio Moro e Luciano Huck, as novidades, aparecem bem para quem nunca disputou voto, embolados com Ciro Gomes e Fernando Haddad, nomes perdedores de outras eleições. Mas tanto Moro como Huck são incógnitas na campanha.

Moro está em sérios apuros, com a reputação abalada após o escândalo do conluio anti-Lula na Lava Jato; escândalo que se tornou um cadáver insepulto no STF e vai feder cada vez mais, prejudicando a candidatura do ex-ministro. Quanto ao Huck, não se sabe o seu potencial. Ele pode ser um grande modelo-propaganda para um partido pequeno em busca de projeção na campanha. Mas, ele passa disso? A onda dos outsiders, dos não-políticos perdeu força…

Até o momento, de nenhum lado ideológico desponta um líder na oposição. O adversário do presidente no segundo turno, se houver, pode ser qualquer um; todos estão nivelados, por baixo. Ou seja, queridos ouvintes, Bolsonaro ainda não tem um adversário forte, nítido. Daí ele liderar com folga as pesquisas, apesar dos altos e baixos na aprovação popular. No momento, aliás, ele está em baixa.

A vantagem de Bolsonaro ainda pode aumentar. Para sorte do Brasil, o mercado internacional sinaliza um novo superciclo das commodities, um período longo de valorização das commodities. A pressão de alta nos preços dos combustíveis já é reflexo desse fenômeno. O superciclo anterior, na década de 2000, ajudou o governo e a reeleição de Lula. Há dúvidas se a alta agora das commodities será tão intensa como antes, mas, seja como for, ela pode facilitar a recuperação da economia e ajudar o governo de plantão.

Mas, Bolsonaro tem um Calcanhar de Aquiles: a sua política para o meio ambiente e Amazônia. Política completamente antagônica à agenda climática que os EUA pretendem comandar no mundo, como forma de reafirmar sua liderança global. Esse conflito já está posto. Se Bolsonaro não souber conduzi-lo, pode levar o Brasil a enfrentar represálias e perder a janela de oportunidades do novo superciclo.  Nessa hipótese, a elite econômica em peso, até o agronegócio, se volta contra Bolsonaro. E ele perde para qualquer um de seus adversários, inclusive para o PT.

Resumindo, quem pode derrotar Bolsonaro é ele mesmo. Como ocorre no mais das vezes. E o fator imponderável nas eleições brasileiras de 2022, o fator que pode bagunçar o tabuleiro todo, é o novo paladino do ambientalismo global, o presidente americano Joe Biden. Pois é, gente, a próxima eleição brasileira promete  ser um evento internacional. Mas isso já é assunto para um novo comentário”.

José Aparecido Ribeiro é Jornalista em Belo Horizonte

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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