A Backer é belorizontina, empresa séria que merece respeito, celeridade e solidariedade

 Não tenho procuração para defender a Cervejaria Backer e a intenção aqui não é essa, aliás, eles já devem ter formado um gabinete de crises capaz de enfrentar a “tormenta” gerada pela noticia que circulou nos últimos dias sobre “doença” misteriosa que rondou o bairro Buritis em BH, cuja causa recai preliminarmente sobre os ombros da cervejaria que nasceu e cresceu em Belo Horizonte, e que de certo virou pedra no sapato de “gente grande”.

Presumo também que a direção da empresa já tenha iniciado uma investigação paralela à da polícia civil sobre o uso de produtos irregulares que são a causa das intoxicações encontradas dentro de garrafas da cerveja Belorizontina, produzida pela Backer. O episódio vale lembrar, não envolve só a fabricante da cerveja que leva o nome da capital mineira, mas o mercado das cervejas artesanais onde elas crescem a passos largos, Belo Horizonte.

No pouco que falou até agora, sem direito a defesa, já que não há conclusões, a Backer declarou que não usa o composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, aplicado no processo de refrigeração na indústria de cervejas. Se ela está realmente convicta disso a hipótese mais provável é de sabotagem com o intuito de denegrir a imagem da Backer, empresa que teve uma ascensão meteórica no ramo, sendo marca premiada de destaque como a melhor da América Latina.

Sendo assim, o problema ganha outros contornos que exigem resposta não só da polícia e da justiça, mas do povo belo-horizontino. Atentaram também contra nós, pois não tiveram respeito pela cidade que empresta o nome para um produto que é consumido aqui e em várias partes do Brasil. Lembro que recentemente a Backer recebeu proposta de compra de R$140 milhões e não aceitou. Não é segredo que as cervejarias artesanais incomodam as cias. cervejeiras internacionais.

Quem lembra da época em que as tubaínas despertaram a atenção das grandes companhias de refrigerantes, a maioria delas preocupadas com perda de fatias importantes do mercado. De lá para cá, os refrigerantes viraram vilões da saúde, e as tubaínas “deixaram de incomodar”. No gigantesco mercado das cervejas não é bem assim. Importante companhia cervejeira de projeção mundial, aumentou e diversificou a produção das suas cervejas consagradas, mas há quem diga que a qualidade de alguns rótulos tradicionais perderam o gosto original em virtude da adição de cereais que cumprem o papel do malte.

Ao contrário, as artesanais usam insumos originais, maltes importados que caíram no gosto do público cervejeiro, sobretudo o público mineiro que aprecia uma boa cervejinha nos mais de 12 mil bares espalhados pela capital mundial dos botecos, Belo Horizonte. Além de sabores convidativos, exóticos, elas possuem preços que cabem no bolso dos consumidores. A Belorizontina é das artesanais, a mais barata, que vinha vendendo mais do que água.

A Backer não merece o linchamento moral que está recebendo nas redes sociais

Nada justifica a morte ou sofrimento de quem foi vítima da contaminação por dietilenoglicol. Isso é outro assunto que a empresa terá que reparar caso fique comprovado que houve negligência ou imprudência no processo de fabricação da Belorizontina. Porém, a ideia de sabotagem precisa ser considerada, se de fato os produtos que causaram a intoxicação não forem utilizados pela Backer. A imprensa deve ser mais cuidadosa, e os fabricantes de fake, menos precipitados. Celeridade, solidariedade e paciência para esperar as conclusões das investigações são as palavras chaves.

Condenar uma empresa da forma como está sendo feito antecipadamente com a Backer e seu legado, além de covardia, é desrespeito à inteligência alheia, ato abominável.

jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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