A visita da monarca congolesa visa celebrar a cultura e a diversidade afro-brasileira, estreitando as relações entre os dois países que já foram colônias portuguesas
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e Secretaria de Estado de Casa Civil, recebeu a rainha Diambi Kabatusuila da República Democrática do Congo, na última quinta-feira (7), no Palácio da Liberdade. Na ocasião, também foi lançada uma programação especial criada em comemoração ao Mês da Consciência Negra. Presentes no evento, representantes do legislativo, dos blocos afros de Belo Horizonte e das comunidades religiosas de matriz afro-brasileira.
A visita da autoridade congolesa é motivada pelo interesse na troca de conhecimentos sobre a história, culturas, costumes e tradições dos povos africanos e da diáspora. O Congo é um dos países africanos de etnia Bantu, grupo ao qual pertenciam os primeiros africanos que pisaram em solo brasileiro e deixaram uma importante contribuição na formação da identidade cultural brasileira.
O Blog conversou com o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, que destacou a importância da vinda da rainha Diambi, para tratar de questões históricas importantes, contundentes e que produzem efeitos ainda hoje. “Ela traz uma mensagem forte, com uma clareza e análise dos contextos históricos. Além disso, o encontro da rainha do Congo com as nossas rainhas aqui de Minas Gerais, descendentes dessa realeza africana, também foi algo muito importante. Vamos lembrar que Minas Gerais é o segundo estado mais negro do Brasil depois da Bahia, então realmente é um momento de reflexão, as vésperas do Dia da Consciência Negra”, acrescenta Oliveira.
Diambi Kabatusuila demonstrou grande entusiasmo em seu retorno a Belo Horizonte e ressaltou o significado profundo do seu encontro com o Brasil. “Quando eu cheguei nesse país vocês me mostraram que ferramenta maravilhosa vocês tinham nas mãos, que é essa herança africana. Algo que foi capaz de edificar a minha vida e, mais importante, capaz de edificar a vida de toda a humanidade”, vibrou Kabatusuila.
Em comemoração ao Mês da Consciência Negra, a Secult organizou uma programação diversificada que reverencia as tradições, histórias e expressões afro-brasileiras. Um dos destaques é o relançamento do Suplemento Literário de Minas Gerais, que será retomado agora com o tema Afromineiridade, após um hiato de oito anos sem uma nova edição.
Também foi criado um calendário da Consciência Negra em Minas Gerais, construído de forma colaborativa com os proponentes contemplados na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, no Fundo Estadual de Cultura e na Lei Paulo Gustavo. A iniciativa reunirá eventos de cultura negra, como festivais e mostras, realizados em novembro, em todo o estado. O objetivo é ampliar a visibilidade e reflexão em torno da Consciência Negra.
Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais
Entre os dias 20, 21 e 22 de novembro, a Biblioteca promoverá uma homenagem ao Dia da Consciência Negra junto à comemoração dos 110 anos da escritora mineira Carolina Maria de Jesus. Estão previstas oficinas, palestras, exposição, uma feira, e desfile de moda. Essa ação também integra a celebração dos 70 anos da Biblioteca. Outras duas exposições também estão em cartaz até o dia 31/11: “Personalidades Negras Marcantes” e “Autores Brasileiros: especial Mês da Consciência Negra – Machado de Assis”.
Sobre a Rainha do Congo
“A ‘rainha’ Diambi Kabatusuila foi coroada como a governante do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, da região central de Kasaï, parte do antigo Império Luba, na República Democrática do Congo, em 31 de agosto de 2016. Ela detém o título de Diambi Mukalenga Mukaji Wa Nkashama (Rainha da Ordem do Leopardo).”
Mais informações da programação no site da Secult-MG. https://www.secult.mg.gov.br/
José Aparecido é jornalista e vice-presidente da Abrajet Nacional
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