As declarações de Mark Zuckemberg provocaram reações do STF, que não pode ser contrariado. Isso deve inviabilizar a vida de quem vivem do Facebook e do Instagram
No último dia 8 de janeiro, data que coincide com a encenação do “Gopi” que não teve tiros e nem bombas, se não as de gás lacrimogênio, o empresário Mark Zuckerberg, co-fundador da Meta – controladora do Facebook, do Instagram e do WhatsApp – fez declarações sobre mudanças nas plataformas referentes à checagem dos fatos, que provocaram reações em ministros superpoderosos da Suprema Corte brasileira, em especial no xerife Alexandre de Moraes, que aproveitando a data, se antecipou ameaçando a Meta de punições severas como é do feitio dele:
“As redes sociais só operam no país se estiverem de acordo com a legislação nacional e não cooperarem com a disseminação de fake News, do contrário serão derrubadas”, vaticinou o ministro da verdade sob aplausos de jornalistas militantes e intelectóides de esquerda que não entenderam a proposta.
A decisão é polêmica e, se por um lado parece seguir a Constituição, respeitada pela maioria do cidadãos mortais, de outro não afeta somente o fluxo de memes ou a comunicação via troca de mensagens, mas ameaça diretamente milhares de negócios que utilizam o marketing digital como principal motor de vendas e de conexão com os clientes.
No lugar de combater fake news com ameaças de prisão e arrogância, como faz com tudo que está sob sua alçada, na base da força e sem limites, o Ministro que tem sido um dos primeiros a descumprir a constituição, quando abre inquérito de ofício chutando ritos, ele deveria ser o primeiro a dar exemplos e respeitar a Carta Magna.
O Blog conversou com um dos maiores especialistas em marketing digital do país, Raphael Mattos sobre o que pode acontecer, se de fato Mark Zuckemberg seguir a mesma política adotada pelo X, antigo Twitter, onde vale as notas de comunidades que são responsáveis pela mediação, e não os checadores de fatos, via de regras jornalistas militantes de esquerda.
Fake News se combate com mais verdade e não com censura. Mas Sua Excelência não sabe usar o bom senso e nem a razão para evitar conflitos. Ele usa a força e a sua já conhecida truculência, valendo-se da toga e da complacência da imprensa, dos intelectoídes, da OAB e do Congresso Nacional, de cócoras. Ele é o dono da verdade e assunto encerrado.
“O uso das redes sociais hoje em dia vai muito além da interação entre as pessoas, uma decisão dessa teria o mesmo impacto que o de tirar do ar as vitrines digitais de um dia para o outro, ou seja, diversos empreendedores, muitos que dependem exclusivamente da internet após a pandemia, seriam impactados”, avalia o especialista em negócios, marketing digital e empreendedorismo.
Campanhas criativas no Instagram, vídeos explicativos no Facebook e até mesmo comunidades engajadas no WhatsApp tornaram-se ferramentas fundamentais para conquistar, encantar e fidelizar os clientes. É assim que pequenos negócios, freelancers e startups vêm construindo um espaço democrático para competir com os grandes players do mercado. Mas a palavra democracia foi relativizada e não tem muita importância nos dias de hoje, sobretudo por quem se diz defensor dela, e a maltrata com xibata.
A interrupção abrupta dessas plataformas teria um impacto gigante em muitos negócios e também nos empregos. “Todo mundo que trabalha com marketing digital seria afetado, são profissionais do tráfego pago, estrategistas digitais, gestores, social medias, produtores de conteúdo, editores, enfim, todos que trabalham direta ou indiretamente com conteúdos on-line estão ameaçados”, pontua Mattos, que também é autor do best seller “Vender, Lucrar, Escalar”, pela Editora Gente.
Ele adverte que é hora de se reinventar, caso a caneta de “Sua Alteza Real”, Alexandre de Moraes venha ser usada para o senhor bloqueio ds redes sociais no Brasil. Ele sugere que a dependência tecnológica exige a diversificação de canais. E lembra que da crise, pode surgir a inovação e os empreendedores mais resilientes encontrando soluções criativas, como explorar marketplaces, investir em SEO para ganhar relevância nos sites de busca, utilizar plataformas regionais, e-mail marketing, sites robustos e outras redes, como Youtube e Tik Tok.
No entanto, dependendo do tamanho e da força do negócio, eles seriam forçados a migrar para canais menos acessíveis e eficazes, perdendo bastante em competitividade, especialmente àqueles que não possuem margem para investir em alternativas mais complexas.
“Hoje em dia, os pequenos negócios dependem das redes sociais para alcançar públicos locais e específicos, com recursos limitados e campanhas personalizadas. Muitos já investiram em anúncios, desenvolveram estratégias baseadas nos algoritmos e cultivaram seguidores fiéis e a ausência dessas ferramentas, só aumentaria o abismo entre as grandes empresas e os negócios emergentes”, finaliza Mattos.
Raphael Mattos é empreendedor, investidor e mentor de negócios. Fundou 4 empresas de grande sucesso praticamente do zero (PremiaPão, Revolução Digital, Player Company e Acelera) e hoje sua holding conta com oito empresas (Docecleta, Coxinha no Pote, Lóvis e Honest Market).
O especialista é formado em universidades americanas em Ciências, Administração de Empresas e Gestão. Participou da 3ª edição do Shark Tank Brasil. Desenvolveu o primeiro MBA em Marketing e Vendas de Franquias do Brasil, é criador do único reality show e série de negócios escaláveis, o Negócios em Choque, e autor do best seller “Vender, Lucrar, Escalar”, pela Editora Gente.
Acumula mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais e tem mais de 500 milhões de visualizações em seus conteúdos. @raphaeldmattos
- O Blog foi provocado pela Máxima Assessoria de Imprensa – Jornalista Erika Ricci
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
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