Problema antigo que arrasta-se com consequências graves para quem precisa da BR 040 entre BH e Congonhas
A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) participou, na última terça-feira (6), de evento promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), cujo tema central foi a redução de tráfego dos caminhões de minério que circulam na problemática rodovia BR 040, onde os índices de acidentes com óbitos envolvendo carretas transportando minério não para de crescer.
A reunião contou com a presença de vários atores, incluindo o poder público, a iniciativa privada, mineradoras, transportadores de carga e passageiros e agências de regulação. O Crea-MG se prontificou a ser mediador neste imbróglio que dura pelo menos 3 décadas e que se arrasta na burocracia brasileira. A 040 virou um filho feio sem pai que mata inocentes quase que diariamente.
O trecho de 50 quilômetros entre Nova Lima, na Grande BH, e Congonhas, na região Central, é um dos mais complicados, em que pese o fato da rodovia apresentar problemas estruturais e pista simples em toda a extensão no território mineiro, da divisa de Goiás até Juiz de Fora. Com efeito, os piores acidentes acontecem em virtude da precariedade da estrutura nestes 50 km, sendo facilitados pelo excesso de carretas, falta de acostamento, sinalização ruim, pontes estreitas e em curva, pavimento e drenagem precários.
A expectativa é que soluções conjuntas sejam apresentadas e colocadas em prática. “Existem recursos tanto do poder público quanto do privado, mas falta diálogo para direcionar estes investimentos para onde é preciso. É isso que vamos oferecer nesta mediação, um ambiente saudável e propositivo para garantir soluções. Este foi apenas o primeiro de muitos encontros que já estão programados para acontecerem até novembro deste ano”, afirma o engenheiro civil Hérzio Mansur, que será o mediador destes encontros e é especialista no tema.
A AMIG foi representada no encontro pelos prefeitos, Orlando Caldeira, de Itabira, e Cláudio Antônio de Souza, de Congonhas, que também é coordenador do Grupo de Trabalho sobre a 040 e 356 da Associação de Municípios Mineradores. O encontro também contou com a presença de Hélio Campos, prefeito de Ouro Branco e presidente da Amalpa – Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba.
O termo firmado e que prevê medidas de mitigação dos impactos causados pelo auto fluxo de carretas, vida melhoria da mobilidade, infraestrutura e define os atores da mediação; estabelecido pelo grupo executivo, com o objetivo de aumentar a segurança no trecho que mais acontece acidentes e que fica entre Nova Lima e Congonhas.
O texto foi construído com a colaboração do Compor, Ministério Público Federal (MPF), AMIG, Amalpa, Secretarias de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Mineração (ANM), municípios de Nova Lima, Ouro Preto, Ouro Branco, Congonhas, Itabirito, Conselheiro Lafaiete, Moeda e Belo Vale.
Empresas que participaram da reunião na sede do Crea-MG:
Bação Logística, Cedro Mineração, Gerdau, Grupo J. Mendes, Herculano Mineração, Minar Mineração Arêdes, Mineração Ferro Puro, MSM Mineração Serra da Moeda, SAFM Mineração, Vale e Vallourec.
No último mês de abril a AMIG também se reuniu com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de criar um “Termo de Cooperação” com ações de curto prazo para a PRF atuar em conjunto com as prefeituras e aumentar a fiscalização nas BRs 040 e 356. A AMIG ainda aguarda a proposta e segue acompanhando os debates na tentativa de dar a sua contribuição na mitigação dos impactos que a atividade minerária causa nas vias que são utilizadas para o escoamento da commoditie.
O Blog foi provocado pela Interface Comunicação Empresarial, Jornalista Lorraine Souza
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
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