Esta semana entrevistei no meu programa “Conexão BH” no Canal Noticioso do YouTube, o Engenheiro Eletricista Ivo Henrique de Pádua, um apaixonado por carros elétricos. Ele nos deu uma aula sobre a tecnologia, falou da produção, uso, distribuição e desafios da implantação no Brasil do carro elétrico, que ao contrário do que a maioria das pessoas pensa a indústria já está preparada para produzir em escala comercial. Ivo acredita que em mais cinco anos os carros elétricos serão realidade nas ruas das cidades brasileiras. O programa pode ser visto através do link: https://youtu.be/a3F7Yo07tqo
As montadoras estão em processo de remodelagens de suas plantas, permitindo a produção em escala e consequente diminuição dos preços, hoje ainda impeditivos para o bolso do consumidor brasileiro. O Brasil já tem várias rotas elétricas, incluindo Minas Gerais com a rota da Estrada Real; Região Sul com a primeira eletrovia que disponibiliza carregadores de 100 em 100 km. Entre as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, já é possível viajar com um caro elétrico sem preocupações.
A dúvida para quem desejava ter um carro desse tipo era a insegurança de ficar pelo caminho, mas a tecnologia tem avançado a passos largos permitindo carregadores portáteis que necessitam apenas de uma fonte de energia elétrica, a exemplo de um celular. Gerações mais avançadas de carregadores eficientes deverão ser encontradas em qualquer loja de auto peças nos próximos anos.
O tempo de recarga varia de acordo com a potência do equipamento. Os carregadores de níveis 2 e 3 permitem recargas em apenas 15 minutos. Nas autoestradas dos EUA é possível “abastecer” a bateria enquanto se faz um lanche. O custo em reais de uma recarga elétrica no Brasil é de R$25, com autonomia de aproximadamente 300 km. Existem até carregadores com energia foto voltaicos, alimentados pelo sol e que garantem energia sem custo.
Adquirir um carro elétrico simples no Brasil equivale ao preço de um carro de luxo, na faixa de R$130 mil a R$200 mil. Carros híbridos estão disponíveis, ajudam a economizar e já estão rodando em várias cidades brasileiras ao preço médio de R$100 mil. O engenheiro participa de projeto de uma roda que funciona como alimentadora de energia. A roda é instalada na traseira do carro e alimenta uma bateria. Ivo de Pádua, nosso entrevistado do “Conexão BH” participa do projeto. No site www.ev-way.info é possível encontrar detalhes desta invenção.
A mobilidade elétrica é uma realidade que ainda encontra resistências. A maior delas não está na matriz produtiva, que pode fazer a conversão em minutos, como explicou Ivo de Pádua: “Virar a chave do processo, ou fazer o “setup” da linha de produção leva 20 minutos, apenas”. Isso quer dizer que a reconfiguração da entrada de peças na linha de produção é um processo relativamente simples e muito rápido. A maior resistência encontra-se na substituição dos impostos provenientes dos derivados de petróleo e que mantém os cofres públicos.
Metade do valor pago pela gasolina vai para o governo, pois significa impostos. O carro elétrico vai simplificar não só a montagem com menos peças, dispensando óleos lubrificantes e menos manutenção ele vai significar um alívio para o meio ambiente, pois não emite gases de efeito estufa e não faz barulho. Com efeito, vários países já estabeleceram metas para mudança da matriz de carros a combustão para o carro elétrico. Alemanha não produzirá mais carros a combustão até 2030. Inglaterra e França em 2040, China 2030 e no Brasil a perspectiva é que o projeto de lei 304/2017 do senador Ciro Nogueira, provoque a mudança até 2030.
José Aparecido Ribeiro
Jornalista – DRT 17.076 – MG
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