Comissão de Licitação precisa debruçar sobre os documentos que levantam supostas vantagens, em nome da lisura e equidade do processo licitatório do Governo de Minas
Quem acompanha o blog sabe do nosso respeito pelo governo Zema, reconhecendo sempre os seus acertos, e eventualmente sugerindo ajustes de maneira construtiva e honesta, como manda o manual do jornalismo opinativo. Provas disso são os nossos editoriais e matérias sobre o turismo, uma das pastas que mais vêm surpreendendo até os adversários políticos. Acompanhamos par e passo e elogiamos o trabalho da equipe liderada pelo secretário Leônidas Oliveira.
Na outra ponta está o DER servindo para desconstruir a imagem de estado que mais cresce no turismo em todo o país, acima da média nacional, face as condições deploráveis das rodovias mineiras. O que o turismo realiza de conquistas, quando o turista precisa enfrentar a realidade e seu meio de transporte é o carro, cai por terra todo o trabalho de captação realizado pela Secult e pela Secom.
Não poderia ser diferente na Comunicação – Secom, reconhecendo a seriedade, isenção e probidade do secretário Bernardo Santos, compromissado com a transparência. Sendo assim, fiz uma leitura crítica por meio do site do próprio governo na licitação que está em curso para escolher a agência que vai atender o governo na publicidade e propaganda, e não passou desapercebido alguns fatos que merecem atenção, não apenas do secretário Bernardo mas de todo o staff, sob pena da licitação se transformar em um trem descarrilado.
Os recursos protocolados no site do Secretaria Geral do Governo de Minas Gerais referente a concorrência 001/2023 publicidade e propaganda, evidenciam uma série de erros que se esboçam pelos licitantes que estão à frente do certame e que sugerem medidas corretivas por parte da Comissão de Licitação, sob pena de manchar a imagem de todo o governo. Fonte de informações: https://www.secretariageral.mg.gov.br/Download
Sete agências, das 22 que se habilitaram, entraram com recursos questionando o resultado do envelope Técnica. Tomo a liberdade de sugerir à Comissão de Licitação debruçar sobre esses documentos e realizar uma análise criteriosa a confirmar se o que está sendo apontado nos recursos são questionamentos razoáveis, cabendo inclusive desclassificação ou, no mínimo, diminuição das notas categorizando graves erros, afim de manter a equidade e lisura do processo.
Os documentos analisados revelam
Identificação do envelope apócrifo; Cálix e Lápis Raro
Excesso de peças além do permitido: Cálix e Brasil 84
Não cumprimento do valor estabelecido no edital para o plano estratégia de mídia e produção. Tendo clara vantagem competitiva. Propor personalidade para ser o garoto propaganda da campanha quando na verdade a pessoa indicada não realiza trabalhos para órgão públicos. Esboçando descumprimento do edital induzindo a subcomissão ao erro grave. Tal ação foi feita pela Agência Perfil.
Diferença gritante entre a nota atribuída pelo julgador Leandro Gropo em detrimento do trabalho realizado pelos demais julgadores. Evidenciando o desequilíbrio das notas, o que provocou em suas análises, muito provavelmente, possíveis favorecimentos à empresas que estão na frente nesse momento do certame. E caso sejam comprovados esses erros é necessário o posicionamento do Secretário de Comunicação do Estado no sentido de cumprir à risca o que determina o edital, tomando todas as providencias cabíveis para corrigir os possíveis erros, o que demonstrará postura ética e compromisso com a isonômica junto aos demais concorrentes.
Não custa lembrar que o governo usa o jargão “ética e transparência”, e a ausência de providencias diante dos recursos apresentados, jogaria por terra a credibilidade justo na comunicação que é um dos pontos nefrálgicos e estratégicos de qualquer governo.
Com efeito, o advogado do partido Novo inclusive saiu em defesa de recurso da Agência Oro, umas das 5 colocadas em primeiro lugar. Essa agência, é importante lembrar, conta com apenas apenas 1 cliente, a prefeitura.
Agência Cálix, apresentou textos que extrapolam o permitido no edital ganhando assim vantagem para sua visibilidade. Além disso a agência apresentou ex-clientes como se fossem atuais. Foram 14 peças corporificadas na ideia criativa onde o permitido eram 10. Materialidade maior não existe.
Além disso a agência apresentou sinal de identificação citando uma empresa de pesquisa no caderno apócrifo incluindo até mesmo sua logomarca Comscore na página 96.
Perfil 252, utilizou-se de um conhecido narrador esportivo, Galvão Bueno, para garoto propaganda do Governo com valor de cachê, pasmem, de R$1 milhão, numa demonstração de total desconexão com o propósito de austeridade do governo. Tal decisão induziu a comissão ao erro de avaliação uma vez que o missivista nunca fez este tipo de serviço. O recurso apresentado é da Agência Calix.
Lápis Raro, identificação explícita do nome da agência na planilha de mídia na página 33. Pelas regras, motivo para desclassificação. No entanto ela está entre as primeiras colocadas. A mesma agência propôs uma cantora com cachê elevado para os padrões do Governo, cujo lema, reitera-se, é austeridade, denotando total incoerência.
Agência Nacional: Não é segredo que a Agencia Nacional tem sede no Rio de Janeiro, o que por si só diz bastante: Legal, mas nem tanto moral. Trata-se de manifesto explícito de desprestígio com as empresas mineiras com endereço em Belo Horizonte próximas à sede administrativa do Governo de Minas. A Agência não confirma se terá filial em BH. Finalmente em um de seus textos, ela deixa dúvidas: texto de 20 linhas, 12 estão copiadas do edital, e apenas 8 modificadas.
O que está em jogo é nada menos do que um contrato de R$ 147 milhões
A verba anual estipulada pelo governo Romeu Zema no edital da concorrência é de R$ 147 milhões, contratos que podem ser renovados por até cinco anos. Desta vez é permitido agencias de outros estados participarem, o que entendo ser um erro, tendo em vista que Minas é sede de dezenas de agencias aptas a atender o governo com eficiência e efetividade. Um desprestígio para os empresários mineiros do setor que investem e geram emprego no estado, deixando os benefícios aqui. Participam da concorrência aberta pela Secom-MG: Cálix (Brasília), Nacional (Rio) e PAR (Bahia).
As 22 agências que estão no páreo são: – AZ3; Brasil 84; Cálix; Casablanca; DP Brasil; Dezoito; FazCom; Fazenda; Filadélfia; Fraternidade; Komuh; Lápis Raro; Consórcio LFI/Reciclo (consórcio); Nacional; Consórcio New Lebbe; Oro; P&L; Par; Perfil 252; Popcorn; Solution; Tom.
Com a palavra o Secretário de Comunicação, Bernardo Santos.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor
www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945
Colabore com a manutenção deste Blog compartilhando, sugerindo pautas, anunciando e doando pelo pix: 31-99953-7945
Esse é o jornalismo sério e responsável que necessitamos, aplaude e exalta o que é bom para Minas e aponta possíveis erros e desvios de rumo