“Na galeria de ex-presidentes da Câmara Municipal de Belo Horizonte, virei mais um quadro na parede” – Gabriel Azevedo
O vereador Gabriel Azevedo, ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, encerrou sua missão de legislador municipal na virada do relógio desta terça-feira (31), com um gesto que merece destaque e registro para a posteridade. Ao entregar os cargos, todos os vereadores que comandaram a Câmara tem direito a um quadro na galeria dos ex-presidentes, desde 1.900.
Por lá já passaram figuras públicas admiráveis, (citadas pelo missivista em sua carta de despedida) como também alguns bandidos conhecidos pela malandragem, desvios de recursos, uso indevido do cargo, práticas pouco republicanas e condutas que a democracia não consegue evitar desde quando foi fundada no Sec. V a.C na Grécia, e que só piora ao longo do tempo.
Gabriel quebrou o protocolo ao se deixar retratar pelo pintor Marcelo Caetano Bottaro sem terno e gravata, como é de costume. Outra inovação foi que ele arcou com os custos do autorretrato que passa a fazer parte da galeria.
Jornalista, professor universitário e advogado de formação, estava no seu segundo mandato e foi candidato a prefeito de BH pelo MDB. Mente libertária e inteligência acima da média, Gabriel deixou sua marca na CMBH. O político é um dos poucos realmente vocacionados que a Câmara Municipal tinha no seu fraquíssimo quadro de parlamentares.
A maioria dos que lá estão são populares, e sem nenhuma vocação para o exercício do cargo. Já teve fulano da Itatiaia, beltrano da Ambulância e outros. Hoje tem “tio” daquilo, “menino” da Farmácia e companhia. Alguns aliás, jamais deveriam ocupar cargo público, se consideradas as suas índoles, preparo intelectual e QI´s, muitos similares aos de chipanzés.
Embora polêmico, talvez pela pouca idade e mente hiperativa, tinha planos robustos para Belo Horizonte, cidade que parou no tempo e que depois de 1992, com a tomada do poder pela esquerda, leia-se Patrus Ananias, desce ladeira a passos largos, como a maioria das cidades, estados e países governados pela esquerda retrógrada.
A saída de Gabriel Azevedo da vida pública, pelo menos temporariamente, é uma perda para Belo Horizonte, haja visto a sua capacidade nata de confrontar, sobretudo os parlamentares doutrinados pela ideologia socialista que, via de regra, não possuem escrúpulos e nem compromisso com a evolução da cidade, todos adeptos do gramscismo. Estão lá para se locupletarem ou para votar as pautas do atraso.
Gabriel é bom de briga, corajoso e inteligente, sabe como a banda toca no parlamento, quase sempre de cócoras para o executivo municipal, no modelo toma lá dá cá. É o único político com estofo para enfrentar o sistema. E quando digo sistema, me refiro a hegemonia da esquerda, neste caso representada pelo PSD, hoje no comando da prefeitura, em que pese o fato do prefeito reeleito ter a saúde debilitada e pouca probabilidade de assumir o cargo, deixando a governança da cidade para o seu vice, o também jornalista e ex-vereador Álvaro Damião, que desejamos sorte.
Gabriel escreveu uma carta de despedida que publicou nas redes sociais e recorreu aos fundamentos da democracia grega no seu discurso que vale a pena ser lido. Carta que revela entre outras coisas, o desapego e a aptidão do jovem político para o exercício da profissão, cada dia mais desacreditada e maculada pelos maus exemplos.
“Na galeria de ex-presidentes da Câmara Municipal de Belo Horizonte, virei mais um quadro na parede. Fui retratado pelo pintor Marcelo Caetano Bottaro numa série que se iniciou com Afonso Pena, em 1900, seguido por Levindo Lopes, Hugo Werneck, Antônio Aleixo… nomes de avenidas e ruas que, sejamos sinceros, quase ninguém sabe quem foi.
Essa é a eterna efemeridade da vida pública. Essas pinturas foram todas custeadas com recursos do município, menos uma. A minha não foi. Fica esse gesto. O dinheiro que arcou com o custo do quadro que me retrata veio do meu bolso mesmo para que se registre ao povo de hoje e de amanhã que sempre encarei a política como doação.
O mandato é passageiro. Quando o relógio marcar a meia noite de 31 de dezembro de 2024 para 1° de janeiro de 2025, ficará encerrado o período de oito anos em que me foi delegado o poder constitucional de representação pelo povo da nossa cidade. Esse foi um cargo que exerci com toda a dedicação. Fiz muito.
Todavia, sei que o passar do tempo resume tudo. Num futuro distante, tal como nós agora ao observarmos os demais quadros dessa galeria, no máximo vão se perguntar por qual razão sou o único entre os homens sem gravata e terno.
Do charmoso pince-nez do Afonso Pena até os dias atuais, muita coisa mudou em Belo Horizonte. O que eu espero que não mude é que nosso povo continue exercendo o poder pela democracia. Entre acertos e erros, que nossa Capital siga se governando por muitos e não por apenas alguns ou por um só. Essa é a principal herança que Atenas nos deixou.
Uma cidade deve ser o local onde o povo se governa de forma direta ou indireta através dos seus representantes. Eu fui um deles e ainda tive o privilégio de chefiar a função Legislativa do Poder onde se encontram aqueles que fiscalizam, legislam e representam.
Chegou ao fim e chegou de um jeito muito melhor que eu esperava quando entrei no Palácio Francisco Bicalho há oito anos. O mandato e a presidência se encerram hoje. O amor por Belo Horizonte é até morrer.”
Belo Horizonte, 31 de dezembro de 2024
Gabriel Sousa Marques de Azevedo – Ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte
Que o jovem político não desista da sua missão e que o povo de Belo Horizonte tenha juízo ao escolher seus representantes para o parlamento municipal, menos pela fama ou favores, e mais pela seriedade, competência, honestidade, abnegação, conhecimento e compromisso com o desenvolvimento da cidade.
De acordo com o filósofo e matemático Platão 428/427 a.C – Atenas, 348/347 a.C. “A Democracia padece de um pecado original ao permitir a “qualquer um”, o que não é para qualquer um: O exercício da política.” Nada mais atual ao tomarmos como exemplo a capacidade intelectual e as vocações dos homens e mulheres que compõem o quadro de parlamentares da Câmara Municipal de BH, abaixo da média para a importância do cargo que ocupam.
José Aparecido Ribeiro é jornalista, licenciado em filosofia
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Hoje o Brasil ordena 5,5 mil Prefeitos e milhares de vereadores eleitos em voto democrático, e é com tristeza que vemos excelentes candidatos serem substituídas por gente sem capacidade.
Deveria haver uma reforma eleitoral que não admitisse pessoas sem nem o ensino médio.
Vemos um professor acadêmico set posto pra fora por um Tiao das couves.
Pode ser gente boa mas não sabe escrever e ler palavras sofisticadas que requer o cargo.
Pelo menos uma sabatina oral e escrita com notas mínimas.
Realmente é triste uma situação dessas.
Vejam a falsidade com pessoas que falam bonito.
Bia Kicis votou a favor do governo, atrás de emendas.
Outra reforma seria cancelar esse mecanismo.
Cada candidato ter um teto por ano independente do seu voto.
Volte amigo.