“Ontem, depois de muitos anos, dirigi pelo anel viário de BH vindo de Goiás para Vitória. Nos últimos anos tinha sempre utilizado viagens aéreas tanto para BH como para Brasília. Havia aproximadamente 18 anos que não trafegava por este caminho de carro. Tristeza total com o que presenciei. Uma cidade abandonada e empobrecida.
Não percebo futuro para grande parte da população de BH. Nada diferente de outras cidades brasileiras, mas em Belo Horizonte, para mim, parece ter regredido profundamente. A região metropolitana está em situação de penúria. O trânsito da capital então é deprimente, a periferia provoca sensação de desconforto, tamanha feiura.
Transitei pela Av. Cristiano Machado, acesso principal do Aeroporto Internacional e vi a ausência do poder público saltando aos olhos nos canteiros centrais da via que é acesso e portal de entrada da cidade. A sinalização é péssima, caindo e mal cuidada; a quantidade de gargalos, no que entendo ser uma via expressa é inacreditável. As pistas afinam e alargam desrespeitando a física. Onde deveriam existir trincheiras ou viadutos, os sinais seguem desafiando a lógica e revelando mediocridade na gestão pública.
A periferia é um amontoado de residências sem nenhum planejamento, isso vale para Contagem e Betim por onde passei e pude observar que falta a presença do poder publico e o senso de estética. Foram férias diferentes das anteriores já que sempre ia para o litoral. Sempre tive um carinho especial por BH, mas estes dois dias rodando de carro por aí me deixaram totalmente desacreditado em um futuro promissor para a nossa capital.
Ver os belo-horizontinos vivendo da forma que presenciei por onde passei é de uma tristeza profunda. Lixo, moradores de rua invisíveis sem condições de vida digna. Não vi uma única grua na cidade. As edificações em construção são tacanhas, medíocres, prédios disformes acanhados. Fica difícil até de descrever o que senti pela situação que presenciei nestes últimos dias na capital de Minas Gerais”.
123 anos e um futuro sombrio para Belo Horizonte
Fiz questão de publicar esta mensagem que recebi de um leitor e engenheiro que atualmente mora em Vitória. Assim como eu ele gosta de BH e percebeu algo que a maioria das pessoas já não enxergam mais. O colega que me escreveu vive em uma cidade que caminha em direção ao progresso criando oportunidades para tratar diferenças e diminuir a pobreza.
BH parou no tempo nos últimos 30 anos, desde que o populismo da esquerda tomou o lugar do desenvolvimento e o exercício da política baixou de patamar até chegar neste quadro deprimente de hoje. Uma cidade governada por um déspota desqualificado, vaidoso e boquirroto, que trata a população que o elegeu com desrespeito e arrogância. Um malandro disfarçado de político. Não sei se cabe, mas não custa perguntar, o que está acontecendo com BH nos seus 123 anos de vida?
José Aparecido Ribeiro – Jornalista em Belo Horizonte
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