Morreu ontem em sua terra natal e refúgio, na cidade de Paíns-MG, um ícone do jornalismo mineiro. Leopoldo José de Oliveira. Quem teve a honra da convivência sabe o quanto ele era especial. Triste notícia.
Companheiro de boas prosas, Leopoldo era dono da maior memória que já conheci. O talento para o jornalismo aliou-se ao carisma em uma só pessoa. Lembrava de detalhes dos fatos que marcaram sua vida de repórter com nomes, sobrenomes e datas.
Leopoldo fez história no jornalismo investigativo e de polícia. Foi assessor de imprensa na Construtora Mendes Júnior e era, assim como eu, um admirador do homem José Murilo Mendes, um dos maiores desenvolvimentistas deste país, injustiçado pela memória nacional que deixou passar em branco a recente notícia de sua morte com notícia de rodapé, para quem merecia primeira página.
Leopoldo fez carreira no Jornal O Globo, sucursal Minas e no Jornal Hoje em Dia, foi o homem mais apaixonado pela esposa que já tive notícia. Quando falava Dela, – “A minha Mulher Lêda” – não deixava de citar: que Deus a tenha, falava dela de peito estufado e orgulho de ter vivido ao lado da companheira o único e grande amor. Um deu ao outro o que poucos casais tiveram o privilégio na vida, conheceram a verdadeira alma gêmea.
De certo será um reencontro daqueles, pois a vida de Leopoldo depois da morte da amada Lêda deixou de ser colorida. Ele suportava, mas não conformava. Quantas vezes ao lembrar da esposa no meio de uma prosa sobre suas peripécias no sub mundo da política mineira, marejava os olhos. Ela se foi, mas não saia da sua lembrança um único minuto.
Que Deus o tenha, ao lado de Lêda e de tantos que nos deixaram e que assim como você, nos foram caros.
Você já está fazendo falta caro Amigo, descanse em paz e com a certeza do dever cumprido.
José Aparecido Ribeiro