Por Jussara Ribeiro – Jornalista – Presidente do Instituto Besc de Humanidades e Economia. Articulista no Blog
O anacronismo a desserviço da economia mundial
Não há como administrar o Brasil para o desenvolvimento e o crescimento do bem-estar social com os entraves burocráticos do Estado brasileiro!
Um navio da maior empresa brasileira de navios tanques, carregado com 115mil toneladas de óleo, está retido no Porto de Suape – PE, porque um de seus 23 tripulantes testou “inconclusivo” para covid-19. Na contraprova final o tripulante testou, enfim, negativo, mas a embarcação seguiu retida.
A empresa brasileira, dona do barco, com a carga a bordo, vendida para Cingapura, ofereceu opção à ANVISA para trocar toda a tripulação e desinfectar o navio. Mas, não, o burocrata da ANVISA, em Pernambuco, fez valer sua autoridade de “polícia” e impediu o navio de zarpar com destino à Ásia.
Num momento destes, de grave crise econômica global, quando centenas de navios estão parados ao redor do mundo, abarrotados de petróleo, porque não têm onde descarregar, e tem empresas pagando para não receber o combustível, comprado antes da crise, a nossa empresa de navios tanques não pode entregar a sua carga, porque um burocrata da ANVISA, não aceita nenhuma alternativa apresentada para a solução do problema.
Ademais, essa prática de colocar navio em quarentena é anacrônica. Isso fazia sentido enquanto o mundo não dispunha da penicilina, até o início da década de 1940. De lá pra cá, tratar dos prováveis doentes em terra e fazer a desinfecção das embarcações é a solução mais racional. Ou algum avião fica retido em qualquer aeroporto com passageiros a bordo, em caso de detecção de algum doente infeccioso?
Os burocratas, aqui e ao redor do mundo, praticam essas medidas até os dias de hoje sem questioná-las. Nesta pandemia, vimos vários navios em quarentena, em diferentes portos pelo mundo afora. Talvez essa estupidez seja em razão do romantismo criado em torno do tema, por conta de muita literatura boa já produzida, relatando grandes histórias.
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