O período pós-pandemia é desafiante mas não imaginava chegar a esse ponto
POR: Dr. Jardim Loureiro – Médico Emergencista
“A frase “Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.” atribuída ao brilhante escritor inglês George Orwell, ganhou a checagem do Estadão Verifica. Pasmem! Esse dia chegou, senhoras e senhores!
Uma frase tão impactante e que causa reflexões nas pessoas virou alvo de checagem de fatos (ou fact checking). A frase atribuída há anos pelo autor, só veio ser checada em 2022 e eu vou explicar porque.
O período pós-pandemia é desafiante mas não imaginava chegar a esse ponto: se a verdade não é censurada, ela é sofismada e enviesada de acordo com a narrativa desejada. Ou ainda alvo de checagem. Só não pensava que isso pudesse acontecer com material tão divulgado ao longo dos anos.
O fato pode ser bem conhecido, mas se as pessoas não encontram mais nas redes, ou a encontram junto com o comentário dos fact checkers, não é mais verdade. Ou será a pós-verdade? Termo usado e abusado nos tempos atuais. O certo é que o apagamento do registro do histórico é possível e está se tornando método: o gaslighting. “Será que eu vi?”
O autor Orwell, crítico do totalitarismo, em seu mais memorável livro 1984, trouxe uma visão futurista de uma sociedade moderna e tecnológica sob intensa vigilância. Uma realidade distópica em que o indivíduo era monitorado 24 horas por dia pelo Estado através de uma tela onipresente.
Talvez, nem o criativo e genial Eric Arthur Blair, nome verdadeiro do escritor, imaginaria o uso de técnicas de persuasão tão sofisticadas, assim como não imaginaria que o Ocidente estaria se tornando no século XXI. Estamos sob o jugo do Ministério da Verdade, obra de autoria do escritor Dorian Lynskey que, exatamente, retrata o livro 1984.
Foto: Estadão
A checagem da frase de Orwell, pode ser encontrada em várias línguas porque a difamação precisa ser multinacional, até para quem a sofreu não consiga se defender, assim como quem já deixou esse plano. Isso seria matar o artista duas vezes! Por isso, decidi pesquisar o assunto, e encontrei essa publicação do New York Times de fevereiro de 2013, alguns anos antes do evento Covid-19. E a frase foi citada lá. A conclusão eu deixo para o leitor.
Nessa época, ainda não existia lá fora a TNI ou IFCN e aqui o famigerado consórcio de imprensa e que depois da instalação de um Ministério da Verdade transnacional e reproduzido em nosso solo, não requer mais cientistas. Esses foram sumariamente substituídos pelos checadores e pelos especialistas de ocasião.
O que quero deixar de mensagem para o leitor, não se o autor escreveu ou não a célebre frase, mas reparar a dificuldade de se comentar uma simples frase que versa sobre verdade! Por que a palavra verdade nos dias de hoje incomoda tanto?
Foto: The New York TImes
A verdade nos dias de hoje passa por um filtro, um verniz. O que pode ser publicado na rede ou grande mídia não é mais a verdade e sim o que é checável ou verificável. Há uma série de assuntos proibidos, mesmo aqueles que já foram escritos em outras épocas. E quando essa censura chegar até você. O que você fará?
Na inquisição do Ministério da verdade, se nem os brilhantes cientistas ou agraciados com o prêmio Nobel escaparam, além dos autores de obras de arte que emocionaram gerações e que não podem mais se defender, o que dirá de nós: simples mortais? “
Dr. Jandir de Oliveira Loureiro Junior é médico formado pela UNI-RIO, concursado na rede municipal do SUS – RJ, Pós graduado em Radiologia e Diagnóstico por Imagem e Medicina do Trabalho no Hospital Santa Casa do RJ e RQE em ultrassonografia – Atuou como Emergencista do Polo Gripal de Silva Jardim, município que mantém um dos menores índices de letalidade por Covid em todo o estado do Rio, ocupando o 7º lugar no ranking de menores taxas. É Coordenador das Lives Comunica Médicos pela Vida.
José Aparecido Ribeiro é Jornalista e editor
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