O que seria de BH se não fosse os Ipês Rosa para minimizar a feiura e o abandono

A primeira florada dos ipês rosas está de volta, respeitando o ciclo natural da terra, em que pese a insistência de alguns na afirmação de que o homem é capaz de mudar o clima do planeta. Abrindo o inverno com estilo e exuberância, os ipês embelezam a cidade promovendo um espetáculo que poucas cidades do mundo têm o privilégio de contemplar. Em BH os ipês estão concentrados na zona sul da cidade, em especial dentro da Av. do Contorno, com algumas extensões pela Av. Amazonas e bairros próximos ao mapa construído por Aarão Leal de Carvalho Reis, urbanista, engenheiro geógrafo, bacharel em ciências físicas e matemáticas. O paraense que projetou a capital há 120 anos.

O nome científico desta arvore frondosa que encanta nativos e visitantes é “Tabebuia pentaphylla”. Existem quatro variedades de ipês: Amarelos, roxos, brancos e o rosa, ipê-bálsamo, conhecido como ipê-de-El-salvador. A florada começa em junho e termina em setembro. Se você ainda não experimentou parar debaixo de um ipê e olhar o céu, nesta época do ano vale a pena, pois o contraste do azul com o rosa das flores causa sensações indescritíveis.

A duração da florada dos ipês pode chegar a um mês e o porte da árvore varia de 15 a 20 métros. Diferente de outras variedades, como o ipê-branco, que normalmente duram alguns dias e é mais raro de ser encontrado o ipê-bálsamo, ipê-de-El-salvador dura várias semanas e embeleza a cidade, com destaque para a Praça da Liberdade, cartão postal mais visitado da capital e toda a extensão da Av. do Contorno.

Até setembro quem circular por BH poderá testemunhar uma sucessão de espetáculos coloridos dignos de contemplação. Um privilégio que devemos creditar na conta política de um Prefeito (com P maiúsculo) que também deixou saudade pelas obras e pelo capricho com a cidade. Ele, ao contrário do atual, governava para todos, e não para os que ainda acreditam no modelo socialista. Maurício Campos está vivo, e merece homenagens, foi o ultimo obreiro que governou BH. O passivo de obras da cidade coincide com a sua saída da PBH: 40 anos.

A maioria dos belo-horizontinos não sabem quem foi o autor do plantio dos Ipês, o agrônomo Sebastião Ferreira, na época vindo da Universidade Federal de Viçosa, onde era professor. BH tinha a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, cujo secretario era o Engenheiro Afonso Damásio e o vice Lindolfo Dornas. Homens que não compactuavam com a mediocridade, hoje estampada por toda a cidade revelando a cara de quem nos governa. Secretários de obras que nunca fizeram uma obra na vida, e que sustentam a “virtude” de serem honestos, como se honestidade fosse qualidade, e não dever. Este é o quadro atual…

Subordinada a esta secretaria tinha o Departamento de Parques e Jardins, onde Sebastião atuava como diretor. Um apaixonado pela natureza foi ele o responsável por devolver a capital o título de cidade jardim. Era 1981, e quem já tem mais de 30 deve se lembrar da cruzada a favor do embelezamento, que incomodou alguns, mas agradou a maioria, ao contrário de hoje, uma cidade completamente abandonada, que encontra soluções na multiplicação de puxadinhos e paleativos medíocres.

A missão incluía replantar árvores nas principais ruas e avenidas, foi o que ele fez com dedicação, capricho e uma dose de paixão. A escolha da espécie não poderia ter sido mais feliz, já que os ipês são perfeitos para o clima seco e quente desta época do ano. Passados 38 anos, o legado de Sebastião continua encantando os belo-horizontinos, visitantes e gerações que estão chegando.

WhatsApp 31-9953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

 

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas