Oito de janeiro de 2025, dia que a imprensa brasileira confirmou de que lado, e a serviço de quem ela está

Todo estudante de jornalismo aprendeu na faculdade que é dever do jornalista manter distanciamento e oferecer espaço igual para o contraditório – O que se viu no último dia 8 foi assessoria de imprensa, e não jornalismo

Foto: Reprodução Freepik – Criança que mente

O alinhamento da imprensa brasileira nos telejornais e portais de notícias da última quarta-feira (8) me fez lembrar do consórcio patrocinado pela indústria farmacêutica durante a pandemia. Só que desta vez quem bancou a farsa do samba de uma nota só, foi o governo federal, para sustentar a narrativa da tentativa de golpe, que não existiu.

Mas porquê enfiar goela abaixo da população, a ideia de um golpe que não aconteceu, praticado por tias do ZAP, moradores em situação de rua e incautos inofensivos? O plano bem sucedido incluiu infiltrados que se prestaram a conduzir a manada rumo ao calabouço, no dia 8 de janeiro de 2023, data que entra para a história do Brasil e marca o reinício oficial dos anos de chumbo.

Não tenho mais o hábito de assistir telejornais, mas a exceção ocorreu com o propósito de acompanhar o que já era esperado: O jornalismo se prestando ao papel de assessor de imprensa do Palácio do Planalto. Tudo devidamente explicado nos intervalos dos telejornais que exibiram farto material publicitário do governo e de empresas estatais, evidentemente na tabela cheia, em horário nobre. Um toma lá dá cá escandaloso, pago com o dinheiro público.

O jornalismo brasileiro vem dando provas de que não é mais confiável. Imagine um médico que receita remédios para ganhar comissão de laboratórios? É isso que está acontecendo com a imprensa no Brasil, salvo honrosas e raras exceções. Em troca de publicidade, os produtores (gate-keppers) de veículos de comunicação, fazem o que o governo manda, em troca de anúncios.

Esta semana, no entanto, a imprensa passou dos limites ao repetir o mantra do golpe em reportagens insidiosas atentando contra a verdade e a inteligência alheia, dando espaço para o grupo que representa o sistema (magistrados suspeitos, procuradores indicados pelo PT e a própria entourage de Lula). Uma tentativa encomendada de enfiar goela abaixo da população, que a democracia foi ameaçada, e que eles são os seus guardiões, como se fossem santos imaculados.

Aprendi na faculdade de jornalismo que o bom profissional, seja ele produtor, repórter, âncora ou diretor de redação, é aquele que não abre mão dos princípios basilares do jornalismo: ouvir as partes envolvidas e dar espaço para o contraditório. Com efeito, o que se viu nesta quarta-feira(8), dia intitulado pelo governo, como sendo o do “golpe”, não foi jornalismo, INSISTO, foi assessoria de imprensa para o governo Lula e seus comparsas, incluindo os de toga.

Teve telejornal com a cara de pau de entrevistar dois deputados do PT para o mesmo tema. É o mesmo que perguntar ao ladrão se ele entrou por que a porta estava aberta. Semântica, arranjos que tentaram esconder a verdade e vender o que foi encomendada por um governo ilegítimo, igual ao da Venezuela. Não fizeram jornalismo, em nenhum momento, mas propaganda.

Coincidentemente, na mesma data, Mark Zuckenberg, dono da Meta, empresa americana responsável pelo Facebook, Instaram e WhatsApp, anunciou mudanças nas regras de moderações, antes exigidas e mediadas por checadores de fatos, via de regra lacradores de esquerda. A partir de agora serão as notas da comunidade de autoria dos próprio usuário, semelhantes às da plataforma X que farão o monitoramento das fake News. Isso porque fake news, se combate com mais verdade e não com censura, como fazem os progressistas e os magistrados que se dizem defensores de araque da democracia.

Precipitadamente, a mesma imprensa adestrada, antecipou-se em seguiu as diretrizes do Ministro Alexandre de Moraes, o manda chuva, que se esconde por trás da imagem de democrata, e de sua toga, para dizer o que é verdade ou mentira no Brasil, o xerife do ministério da verdade. Moraes, todo mundo sabe, é um ditador que criou seu próprio mundo e nele faz o que bem entende, sob os auspícios da OAB, do Congresso Nacional e da mídia consorciada. Tudo isso para regozijo de militantes do jornalismo e dos companheiros de Lula da Silva.

Moraes estufou o peito para dizer que no Brasil tem lei, e que a Meta terá que cumprí-la, sob pena de não ter suas redes sociais autorizadas no país. Foi um orgasmo múltiplo para a turma do consórcio que perdeu espaço e recursos de propaganda, hoje desviados para as plataformas sociais, o que lhes obriga a vender a alma para diabo em troca de anúncios do governo, uma desonra para jornalistas que juraram fidelidade ao exercício da profissão.

A lei que Alexandre de Morais se refere de fato existe, mas ele é o primeiro a descumprí-la quando encarcera velhinhas inofensivas, donas de casa que usam baton para repetir frases como a do “perdeu mané“, e são condenadas com pena equivalentes às de crimes hediondos, e sob o aplauso dos jabazeiros que não honram a farda e a deontologia da profissão. São eles que defendem comunismo para os pobres e capitalismo de mercado para os amigos do rei, inclusive eles mesmos. Adoram desfilar nos shoppings de Miami, Nova York e Paris.

Fato é que o jornalismo praticado no Brasil deixou de levar notícias para a população, e hoje pratica assessoria de marketing, em troca de verbas de comunicação do governo federal para seus veículos falidos moralmente.

É dever do jornalista no exercício da profissão o afastamento, dando aos envolvidos o direito e o mesmo tempo de exposição em qualquer matéria de rádio, tv, portais ou jornais. Não é papel da imprensa, salvo em coluna específica de opinião, tomar partido por “a “ou por “b”. A narrativa do golpe, com efeito, só existe na cabeça de militantes e dos autores do verdadeiro golpe, os que descondenaram Lula da Silva, alçando ele à presidências da República.

Qualquer colegial com algum neurônio ativo na cabeça sabe que Lula foi condenado em três instâncias, e jamais poderia voltar para a política. Mas ele não só foi descondenado, como colocado na presidência por um sistema corrupto e em síndrome de abstinência. Tudo devidamente preparado em uma eleição cheia de vícios, cujas urnas não conversaram com as ruas.

Em seguida, para abafar a revolta popular, uma invasão orquestrada em prédios públicos utilizando inocentes e sacrificando eles para que os verdadeiros golpistas passem por defensores da democracia. Farsa escandalosa e covarde que só um idiota é capaz de acreditar. A não ser que a imprensa dê uma mãozinha e promova a narrativa como verdade absoluta.

Com efeito, a cobertura da imprensa sobre do 8 de janeiro de 2024 entra para história do jornalismo brasileiro como mais um ato de lesa pátria, que confirma a prostituição da imprensa e sua promiscuidade, dignas de repulsa, uma desonra para qualquer jornalista que se presta. Aliás, todas as vezes que a imprensa precisou escolher entre o Brasil e os seus interesses, ela optou pelo próprio umbigo, deixando sua missão deontológica em segundo plano. Isso exige dos jornalistas que defendem a liberdade de expressão e que não se vendem, atitudes.

Conversando com o experiente jornalista e escritor Ray Cunha, autor de vários livros que contam a história do Brasil e da própria imprensa nacional, é chegada a hora daqueles que não se deixam cair na tentação e na vaidade, que não vendem a alma para o diabo, se unirem em Associação para defender o bom jornalismo, mostrando os dois lados da notícia e garantindo o contraditório que atualmente foi sequestrado pelos aliados do sistema, impedindo que o público possa tirar suas próprias conclusões.

O momento de exceção pelo qual passa o país sugere a criação urgente da Associação de Jornalistas pela Liberdade de Expressão, aproveitando a posse de Donald Trump nos EUA, que é um feixe de luz na escuridão da política mundial, dominada pela esquerda comuno-fascista.

Em breve, será anunciado um encontro nacional de jornalistas independentes, que estarão unidos em defesa da verdade, da ética e dos princípios que norteiam o bom jornalismo, livre de vieses ideológicos.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor.

www.zeaparecido.com.br – WhatsApp: 31-99953-7945 – jaribeirobh@gmail.com

Este Blog não recebe verbas públicas, aceita anúncios, sugestões de pautas e doações pelo pix: 31-99953-7945

 

By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

4 Comments

  • Você é muito corajoso e se arrisca expondo seus pensamentos, que refletem a realidade, podendo ser responsabilizado por seus pensamentos, palavras e atos.

    Na realidade Moraes é julgador, acusador, relator, etc. “Ele é o ápice da tendência de confusão de papéis institucionais e afronta ao sistema acusatório que se consolida desde 2019 na Corte.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas