Fiz promessa que pretendo cumprir de não falar da política belo-horizontina, em especial do prefeito Alexandre Kalil, escolhido por parcela significativa do eleitorado que foi às urnas em novembro de 2020. BH tem o que merece e o tempo se encarregará de mostrar ao povo o resultado da sua escolha, sempre foi assim. Ao povo é dado o papel de juiz da democracia, ainda que o discernimento não lhe permita visão acurada da realidade.
A promessa inclui a Câmara Municipal que embora tenha sofrido renovação, segue, salvo raras e honrosas exceções, com nível baixo. Mas a democracia é isso, já dizia o Filósofo Platão no Sec. IV a.C. Ela permite a qualquer um, o que não deveria ser para “qualquer um”, referindo-se ao exercício da política. A carta a seguir é de um leitor que prefere não se identificar, possui laços familiares nos dois poderes, executivo e legislativo.
Pobre BH
“Ouvindo hoje reportagem sobre a posse de vereadores na Câmara Municipal de Belo Horizonte – CMBH a sensação que tive foi de desânimo. Dá para sentir no ar a pobreza no nível dos representantes populares na capital mineira: “Fulano de tal da farmácia”; “não sei quem do depósito”; vereador idiota aproveitando-se da posse pra pedir a namorada em casamento, coisas desse nível.
Se não bastasse a presidente reeleita não inspira a mínima confiança, tem fortes laços com o ex-vereador Wellington Magalhães, gangster reconhecido que teve o mandato cassado e esteve preso por longo período em penitenciaria de segurança máxima. A tal vereadora finge-se de boba para manter-se no cargo, como se ninguém soubesse dos caminhos que usou para chegar à presidência daquela casa.
Tristeza é a palavra mais apropriada para traduzir o que assisto. Esse grupo de vereadores de baixo nível, nem todos naturalmente, continuarão apoiando um prefeito incompetente, arrogante, submetido a grupo de médicos e técnicos petistas, que são os verdadeiros administradores da cidade. Um pirracento, inconsequente que mantém a capital numa bolha, isolada do governo do estado e mais ainda do governo federal.
Kalil é acomodado, preguiçoso, não tem vontade própria, mantém BH como uma “grande roça”, sem perspectiva de se tornar uma cidade moderna. A capital sofre um apagão de obras, e vai pagar caro pelo patamar de mediocridade que se abateu sobre suas secretarias. Acomodação, preguiça e descompromisso, é assim que o serviço municipal é tocado. A cidade ficou limitada, sem motivos para orgulhar seus habitantes, morre lentamente.
Para agravar o quadro desolador, vereadores reeleitos preocupados com os próprios umbigos. Quase todos se destacam pelo despreparo no trato com a coisa pública, prontos para trocar favores com o prefeito, fazendo da CMBH um mero puxadinho da prefeitura. Eles sempre subservientes acobertando um prefeito que não merece ser portador de um cargo tão importante. Até quando este cenário desolador permanecerá em BH?” – R.T
José Aparecido Ribeiro é jornalista em Belo Horizonte
Contato: jaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945 – www.zeaparecido.com.br