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Café Nice vai receber incentivo do CDL BH para uma repaginada, preservando sua importância histórica - BLOG CONEXÃO MINAS

Café Nice vai receber incentivo do CDL BH para uma repaginada, preservando sua importância histórica

Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) abraçou projeto de revitalização do Café Nice, que é um ponto de encontro emblemático da capital

Foto: Divulgação – Alessandro Carvalho

Fundado em 1939, a história do Café Nice, no centro de Belo Horizonte, se confunde com a da própria cidade. O ponto de encontro de gerações, localizado no coração da capital, na Praça Sete, mais precisamente no número 727 da centenária Av. Afonso Pena, que rasga a cidade ao meio, já teve outro nome, chamava-se Casa de Chá e Leitaria Nice, nome inspirado em um estabelecimento similar na capital federal, à época, Rio de Janeiro.

Pensando na importância do Café Nice para a cultura belo-horizontina, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) abraçou recentemente um projeto de revitalização deste que é um ponto de encontro emblemático, frequentado por gente do povo e por políticos, sobretudo em vésperas de eleição, mas também por intelectuais, escritores e figuras proeminentes da sociedade mineira. A cafeteria é testemunha ocular da história, tendo em vista que a Praça Sete é ponto de manifestações populares importantes ao longo da história.

Patrimônio coletivo, embora tenha perdido espaço em meio aos deslocamentos do eixo decisório do poder para a Cidade Administrativa, o centro da capital, assim como o Café Nice, não perdem o prestígio na memória coletiva. Continua resistente aguardando por sucessivas promessas de revitalização. A do Café Nice chega antes da prometida para o centro, e parece agradar a parcela da população que conhece um pouco da história de Belo Horizonte.

O Blog conversou com o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, sobre a iniciativa de preservação e valorização do consagrado e tradicional Café Nice ícone da capital. “A modernização do Café Nice é o início do movimento para requalificar o hipercentro de Belo Horizonte. Vamos abraçar o Café Nice e não deixar que ele feche as portas”, relata o líder do segmento que mais tem a ganhar com a revitalização do centro, além da população que habita no local.

Marcelo acredita que o Nice há muito tempo já deixou de ser um simples estabelecimento comercial. “É um patrimônio de Belo Horizonte de mais de 85 anos com muitas histórias para contar”, salienta. A empresa responsável pelo projeto de revitalização da cafeteria é a Oficina Paraíso, que já transformou outros espaços em BH, como o Juramento 202, Cozinha Tupis e Forno da Saudade. A empresa também foi responsável pelo projeto de ocupação do Mercado Novo.

Quem também se manifestou entusiasmado com a ideia, é o coordenador do projeto de revitalização do Café Nice, Douglas Issa: “Estamos cuidando não apenas de um café, mas de um espaço de pertencimento. Um ponto de encontro de vida pulsante. Um lugar onde vamos querer estar, revisitar, celebrar”, destacando que as características originais do ponto de encontro icônico, serão preservadas. “Manter a essência é um compromisso inegociável. Os significados do Nice estão nas paredes, nas fotos antigas, no balcão tradicional e até nos aromas que atravessam gerações”, lembrou o arquiteto.

O Nice é testemunha da história e das estórias de BH

Ao longo destes quase 90 anos de história, testemunhou momentos importantes do cotidiano de uma cidade que acabara de nascer. Chegou 3 anos apenas depois do Minas Tênis Clube e foi ponto de encontro de políticos e personalidades que deixaram suas marcas na trajetória da capital, sem perder a importância e mantendo sua originalidade. Continua sendo parada obrigatória para candidatos em períodos de eleições.

Nas décadas de 1940 e 1950, o local chegou a ser frequentado por ninguém menos do que o maior estadista que o Brasil já teve – Juscelino Kubitschek de Oliveira, estudante de medicina, médico, prefeito, governador e presidente da República que é autor de planos que tiraram o Brasil do atraso. Além dele, figuras ilustres como Trancredo Neves, Itamar Franco, Hélio Garcia, Maurício Campos e outros nem tão ilustres e que permanecem vivos, mas possuem na galeria de fotos do Nice, espaço de destaque.

No Café Nice, o ambiente original é mantido intacto, seu balcão e azulejos da época da inauguração são mantidos. O local do caixa, onde as fichas para o café são compradas, permanece o mesmo, preservando a memória afetiva de quem fez a história de BH, ainda que não seja tão ilustres como os políticos mencionados. No Nice, vai de presidentes a batedores de carteira, e todos recebem o mesmo tratamento, desde que passem antes no caixa.

O Nice, é importante que se diga, foi fundado por Heitor Resende, e permanece nas mãos da família, cujos sucessores, os dois filhos, um deles com o mesmo nome do pai, seguem com a barriga no balcão com um olho no gato e outro no peixe, preservando a memória e garantindo o sustento de suas futuras gerações. Para o presidente da CDL/BH a missão de preservar a história do Café Nice é nobre e precisará contar com sensibilidade de investidores que compartilhem da mesma visão, gostem de BH e queiram dar sua contribuição para a memória de BH.

“Belo Horizonte vive um dos momentos mais relevantes de sua história. Temos um dos maiores carnavais do país, somos destaque na gastronomia, na arte urbana e na economia criativa, dentre outros pontos. Temos atraído a atenção de todo o país. E não será diferente com o Café Nice”, explicou. “Tenho certeza que este projeto servirá de inspiração para que outros estabelecimentos icônicos da nossa cidade possam continuar vivos, movimentando o comércio de Belo Horizonte”, concluiu o presidente que também comanda o Sebrae Minas.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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