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Grito de uma minoria quase interrompe obra no Belvedere – Prefeito Álvaro Damião ouviu o coletivo e obra permanece - BLOG CONEXÃO MINAS

Grito de uma minoria quase interrompe obra no Belvedere – Prefeito Álvaro Damião ouviu o coletivo e obra permanece

Embora não seja a solução definitiva para o Portal Sul da Capital, obra no Belvedere será retomada e vai aumentar a fluidez do trânsito com mais uma pista sobre o viaduto construído em 1978 – Há 47 anos

Foto: Reprodução – BPH – Trevo do BH Shopping

O Prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião – (União Brasil), esteve na manha deste domingo (13) na sede da Associação de Moradores do bairro Belvedere, zona Sul da capital, para conversar pessoalmente com a população do bairro, em especial com os que são contrários às obras viárias programadas para acontecer na região. As intervenções foram suspensas graças ao barulho feito por uma minoria contrária a retirada de aproximadamente 200 árvores por onde deve passar uma das pistas que vai melhorar a fluidez no transito do Portal Sul de BH.

Parece não haver dúvidas sobre a importância da obra e o prefeito, em um gesto de humildade e oportunidade política de se apresentar para uma comunidade que não o conhece, esteve presente e ouviu os reclames dos que são contrários, como já mencionado, uma minoria que cabe nos dedos de uma mão, mas que sabe se articular para defender seus interesses, ainda que eles não sejam o da maioria.

Tanto que a obra que estava programada para iniciar, com tapumes e máquinas apostos, foi paralisada e perdeu tempo precioso com o grito dos que preferem as 200 árvores em pé, do que o direito de sair do bairro sem o estresse provocado pelos engarrafamentos. Com efeito, circular pelo Belvedere em horários de pico, exige hoje muita paciência e risco para a saúde, pois dependendo do horário, um trecho que normalmente é feito em 5 minutos, pode levar mais de uma hora. Sem as obras, o problema se agravaria.

O Belvedere possui duas associações de bairro, que representam populações distintas, uma que fala em nome dos moradores dos prédios, representada pelo corretor de imóveis Ubirajara Pires, e outra que defende os interesses dos moradores de casas, representada pelo engenheiro José Eugênio Monteiro de Castro. Ambas com contingentes parecidos e sendo representadas por grupos que pela primeira vez se divergem sobre assuntos relacionados à mobilidade urbana e aos interesses coletivos.

Abaixo assinado embasou decisão do prefeito

Um abaixo assinado promovido pela associação que representa moradores de casas, com apoio da Vereadora Fernanda Altoé (Novo-BH) conseguiu aproximadamente 8 mil assinatura para que as intervenções ocorram imediatamente, conseguindo a promessa do prefeito em público, de que a obras serão retomadas.

Álvaro Damião fez um compromisso para os que são contrários à retirada das 200 árvores no entorno da Lagoa Seca de que 860 árvores serão plantados no próprio bairro, como forma de compensação. Além disso empenhou a sua palavra de que a Lagoa Seca, local de caminhadas,  será objeto de projeto de requalificação pela prefeitura, garantindo que a vegetação do local será protegida e aumentada.

As obras que estiveram paradas vão aumentar em uma pista o trecho entre o viaduto da BR 356 e a Av. Luiz Paulo Franco, melhorando a fluidez, mas não resolvem definitivamente o problema, que exige intervenções mais abrangentes e definitivas, para desviar o fluxo de veículos que tem como destino os bairros limítrofes de Nova Lima como Vila da Serra, Vale do Sereno, Jardim Naves e os Condomínios que somam dezenas. Trata-se de um dos maiores contingentes populacionais da RMBH.

A maioria dos bairros que estão na divisa de Nova Lima com Belo Horizonte têm moradores com vínculos fortes com a capital, e não com Nova Lima. Existe um projeto de desvio do tráfego utilizando parte da linha férrea e um túnel que deverá ligar a nova via, passando por debaixo da Serra do Curral, em frente a antiga sede da Vale, ao bairro Mangabeira, saindo depois da Praça do Papa no sentido Centro de BH, ao custo de R$200 milhões. São 7 km de vias que dividirão espaço com o Parque Linear, sem prejudicá-lo. O trecho que hoje está ocioso e foi concedido pela União para as cidades de Nova Lima e BH, poderá resolver definitivamente o imbróglio que virou o trânsito de uma das regiões mais disputadas de BH pelas grandes construtoras, e cujo contingente populacional só cresce.

Fato é que as obras que tinham sido paralisadas, inclusive com a desistência do empreiteiro que ganhou a concorrência, deve voltar nos próximos dias e vai demandar cerca de 2 anos para a conclusão, aliviando em partes o sufoco de quem transita pelo entorno do BH Shopping nos horários de pico.

O que este episódio deixa de exemplos, e que é digno de reflexão: Uma minoria barulhenta conseguiu atrasar e quase cancelar uma obra que é necessária e que chega com atraso de 40 anos. Ofício que poderia ser da Câmara Municipal, exercido por cidadãos que usam suas influencias para legislar em causa própria, ainda que o coletivo seja prejudicado. Vale os interesses umbilicais e não os da cidade.

O prefeito soube aproveitar o impasse para se promover politicamente, sobretudo por que a maioria da população do Belvedere é favorável às intervenções. Porém, se as minorias barulhentas continuarem tendo o poder de paralisar obras, a cidade não vai recuperar o tempo que permaneceu parada em relação aos investimentos em infraestrutura que chegam com 40 anos de atraso. BH estagnou e isso tem custado caro para os munícipes.

Para interromper o inevitável colapso do trânsito de BH, hoje com uma frota de veículos que é maior do que a própria população, com 2,6 milhões de unidades, a prefeitura terá que fazer mais de 200 intervenções onde estão localizados os gargalos que impedem a fluidez do trânsito. São obras de artes da engenharia que custam caro e que precisam ser feitas: Tuneis, trincheiras, viadutos, passarelas, alargamento de pista, novas vias e criação de corredores (vias expressas). Não têm dinheiro para todas mas pelo menos umas 50 terão que ser feitas inevitavelmente.

Se em cada uma delas os inconformados tiverem o poder de gritar e com isso paralisá-las, alegando motivos pessoais, a cidade não conseguirá recuperar o tempo que ficou parada. Álvaro Damião conseguiu, com jeitinho de político e habilidades que surpreenderam os presentes, com ajuda da Câmara Municipal, neste caso com a articulação da Vereadora Fernanda Altoé – Novo-BH, contornar a situação e garantir para a maioria, as intervenções que irão melhorar a fluidez do trânsito na região do Belvedere.

Com efeito, uma cidade do tamanho de Belo Horizonte, não pode continuar tratando o tema infraestrutura com a mesma régua que tratou nos últimos anos. As  intervenções necessárias precisam ser feitas pela necessidade e não pelas vontades circunstâncias do prefeito e do parlamento da hora, sobretudo por que estamos falando de mais de 200 intervenções. O assunto não é de prefeito e de vereadores, mas de secretários de segundo e terceiro escalão, como acontece em qualquer cidade civilizada do mundo. É da engenharia que anda omissa, e recusa mostrar que a cidade que não evolui, acaba deixando de ser atrativa e perde sua população. E isso já está acontecendo com BH cuja população estacionou em 2,3 milhões de habitantes, não por acaso. Viver na capital virou um pesadelo, graças ao caos no trânsito e a lentidão nos corredores.

Estiveram presentes na reunião que aconteceu na sede da Associação de Moradores de Casas do Belvedere, além do prefeito Álvaro Damião, a vereadora Fernanda Altoé; o vereador Bráulio Lara que preside a Comissão de Mobilidade, Comércio e Serviços da Câmara Municipal de BH; o deputado Estadual João Vitor Xavier; a vereadora Marcela Trópia; o superintendente da Sudecap, Leonardo José Gomes Neto; o Chefe da Regional Centro Sul da Prefeitura de BH, Astolfo José da Costa Junior,  moradores e comerciantes do bairro.

Ao prefeito cabe o planejamento global, o levantamento dos recursos e a competência técnica para execução das obras, através das secretarias que compõem o arcabouço da Prefeitura, no caso de BH a Sudecap, a Sumob e a BH Trans. Já a Câmara Municipal cabe a aprovação do orçamento anual, a fiscalização e a garantia de que as obras ocorram no prazo e dentro do orçamento. É assim em cidades onde a qualidade de vida dá maioria prevalece sobre os interesses da minoria barulhenta.

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor – Presidente da ONG SOS Mobilidade Urbana

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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