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O ocaso da reserva do conhecimento – Por: Epiphânio Camillo - BLOG CONEXÃO MINAS

O ocaso da reserva do conhecimento – Por: Epiphânio Camillo

“Há algo que é permanente: a mudança; em TI, a mudança acelerada.” (1984) – Profecias de Epiphânio Camillo

Foto: Reprodução – Freepik

Por: Epiphânio Camillo – Especialista em TI e Vice-presidente da ACMinas

A reserva do conhecimento encontra-se em decadência acelerada; os mitos seculares que dela cuidam, estão sob suspeita. O futuro melhor, a terra prometida, a esperança como bálsamo ou lenitivo, não mais mitigam nem consolam as diversas modalidades de fomes do aqui e agora.

O tempo dos proprietários das chaves e segredos das sapiências, zeladores dos baús das informações, guias referenciais modeladores do pensamento coletivo, está perto do fim. Há nítida insatisfação difusa, crescente, que estava represada.

Presenciamos o desnudamento das falácias e das   inconsistências de toda ordem, sejam religiosas, econômicas, políticas ou históricas. O fator que desencadeou este desequilíbrio criativo, conceito que se conhece na forma reduzida da palavra “inovação”, é a tecnologia distribuída como jamais o fôra na história.

Dentre elas, aquelas que compõem o conjunto de facilidades transportadas via sistemas de telecomunicação, conectando pessoas, transferindo conhecimentos: a popular Internet, arcabouço para a construção de encontros. Não se configura pacificado no imaginário que a Internet é livre, solta, eficazmente incontrolável, embora as inúmeras tentativas para imposição de filtros e limites. 

É batalha que se prenuncia como perdida.

Se não houver coerência no que se diz e propaga, o aval dos fundamentos fáticos, a reputação do autor se perde rapidamente. A Internet não concede a oportunidade de esquecimento do que se publicou. Agora, a leal e longeva fidelidade de caráter indiscutível aos mitos da sabedoria não está imune a contestações e descrenças, mesmo aquelas que surgem sem bases consistentes.

Nem escapam do escrutínio universal a revisão dos consagrados eruditos, personalidades paradigmáticos das verdades. Com ou sem razão. Nas mídias sociais os fundamentos da Comunicação passam por revisão sistemática.

Novos padrões (existirão?) indicam alguns pressupostos e protocolos próximos do reducionismo minimalista do léxico, da semântica, que em matemática denomina-se “forma canônica das equações”: as mensagens devem ser concisas, centradas, de lógica simples. Se manipulações forem percebidas, ainda que não comprovadas, o abandono às ideias ou teses expostas surge num átimo.

A perplexidade derivada desta inconsistência volátil é desafiante intimação, estímulo para garimpar em outros berçários novas sementes para aprendizados. As percepções vêm sendo capturadas nas fontes primárias ou secundárias, em ritmo furioso, e as percepções e conceitos são forjados no acesso direto aos dados, declinando dos filtros de intérpretes.

A conciliação e confrontação em voga ameaça, portanto, o poder baseado nos repositórios da exclusividade do conhecimento.  Esse momento, que se anuncia como de abertura generalizada ao livre pensar, é convite irrecusável para utilizar as energias fermentadas pelas curiosidades e indagações inatas. Oportunidade para adaptações, rever conceitos; enfim, aprender reaprendendo. Resistir, enfrentar, tentar impor medidas e protocolos de controle, ameaçar, pedir um tempo, é quase fantasia. Ou nos adaptamos… ou seremos adaptados. Cabe escolher. Com liberdade.” 06/12/2014

José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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