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Praça de Santa Tereza continua chamando Duque de Caxias e Clube da Esquina continua sendo amado pelos belo-horizontinos - BLOG CONEXÃO MINAS

Praça de Santa Tereza continua chamando Duque de Caxias e Clube da Esquina continua sendo amado pelos belo-horizontinos

Nasceu morta a proposta de mudança do nome da Praça Duque de Caxias para Praça Clube da Esquina, de autoria dos militantes do Coletivo Alvorada

Foto: Portal – Santa Tereza – Luís Góes

A proposta de renomear a Praça Duque de Caxias, localizada no bairro de Santa Tereza em Belo Horizonte, para Praça Clube da Esquina, causou polêmica, mas foi enterrada e, oficialmente, não passa de especulações desagradáveis aos ouvidos dos moradores deste coletivo que vive na Região Leste da capital e que era conhecido como Colônia Américo Werneck, Bairro da Imigração, Alto do Matadouro, Bairro do Quartel e Fundos da Floresta.

Santa Tereza veio oficialmente em 1928, em homenagem à igreja situada justo na Praça Duque de Caxias, que militantes extremistas de esquerda cismaram de mudar o nome. O bairro nasceu como uma das cinco colônias agrícolas criadas ao redor da Avenida do Contorno nos primórdios da construção de Belo Horizonte, que serviam para produzir os alimentos que seriam consumidos na capital.

A autoria da mudança de nome é do Coletivo Alvorada, já conhecido por suas propostas progressistas. Para os autores, o objetivo é homenagear o movimento musical Clube da Esquina, que teve origem na região na década de 1960 e é considerado um marco na história da Música Popular Brasileira (MPB). O Coletivo Alvorada argumenta que o atual nome da praça, em homenagem ao militar Duque de Caxias, não representa os valores e a identidade cultural do bairro, conhecido por sua efervescência artística e boêmia.

Foto: YouTube – Luís Góes

Para o experiente jornalista e escritor Luís Góes, no entanto, que tem mais de 50 anos de estrada, tendo ocupado posições importantes na imprensa mineira, morador do bairro há 70 anos, a proposta é descabida e só poderia ter vindo da esquerda festiva. “Nem pensar, não existe mudança de nome da nossa querida Praça de Santa Tereza,” vaticina o jornalista.

“Esta conversa surgiu de um vereador da cidade, naturalmente de esquerda, pensando que a população do bairro iria gostar do novo nome. Segundo, ainda este vereador e seu grupo, pasmem: “precisamos tirar o nome desta praça, que homenageia o coronel assassino”, o que é uma prova de ignorância e um desrespeito à história do Marechal,” relata o historiador e jornalista.

Marechal Duque de Caxias, cujo nome completo era Luís Alves de Lima e Silva, foi um militar e político brasileiro, considerado um dos maiores líderes da história do Brasil. É conhecido por sua atuação na Guerra do Paraguai e por ser o único brasileiro a receber o título de Duque.

A iniciativa gerou debates entre os moradores, embora tenha nascido morta.  Enquanto alguns apoiam a mudança como forma de reconhecimento ao legado cultural do Clube da Esquina, outros se posicionam contra, defendendo a preservação do nome atual da praça. Um abaixo-assinado foi lançado por opositores da proposta, ressaltando a importância de manter a história e a cultura do bairro.

Uma audiência pública marcada para o dia 16 de maio de 2025, na própria praça, teve pouca adesão, e o intuito era de discutir a proposta de mudança de nome e outras melhorias para o espaço, como a instalação de brinquedos infantis e o aumento da segurança. Durante o evento, organizado pelo Coletivo Alvorada, foram discutidas questões relacionadas à identidade cultural do bairro e à valorização de seu patrimônio artístico, mas ao que ficou entendido, a população não aprovou a ideia de mudança do nome da praça.

Para Francis Mol que nasceu na Rua Eurita, próxima a Praça Duque de Caxias, hoje com 75 anos, a ignorância e a falta de respeito com a história do Brasil é algo espantoso, mas que tem endereço certo: “O nome de “Duque de Caxias”, deve-se ao fato de ter sido o local, a instalação do primeiro batalhão do Exército Brasileiro, em 1917. Este fato é desconhecido pela atual população, incluindo os militantes. O Duque foi muito importante nas lutas para conservar a unidade de nosso pais com as revoltas em vários Estado, entre outros fatos”, revela a moradora que não quer nem ouvir falar em mudança de nome da Praça.

Luis Góes conversando com autores do projeto e segundo informações que ele recebeu, a “turma dos vermelhos” já desistiu de mudar o nome, diante da revolta da população do bairro. Ele destacou ainda: “Respeitamos o Clube da Esquina. Sugeri, na oportunidade, que oficializasse o nome no local onde se reuniam os rapazes que formou o grupo, principalmente membros da família Borges, principalmente meus amigos Marilton, Yė, Lô e Marcio, depois com a companhia de Milton e tantos outros. Tenho uma gravação de Salomão Borges e de seu filho Lô, que também é Salomão, contando como se formou o grupo, e eles entenderam. Essa turma da esquerda gosta de fazer média, mas que busquem outra forma de aparecerem. Então, meu amigo Aparecido, não existe mudança de nome para tirar o herói, o nosso herói da principal praça do querido bairro Santa Tereza,” encerra o decano do jornalismo e “prefeito” de fato do bucólico bairro, Luís Góes.

Foto: Acervo – Luís Góes

Os laços de Luis Góes com o bairro de Santa Tereza

Luis Góes é jornalista, historiador e escritor profundamente ligado ao bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte. Natural de Conceição do Mato Dentro, mudou-se ainda criança para Santa Tereza, onde vive há mais de 70 anos.  Formado em Comunicação Social pela FAFI-BH (atual UNI-BH) em 1975, Góes é conhecido por seu trabalho dedicado à preservação da memória e identidade cultural do bairro. Ele é autor de mais de dez livros sobre Santa Tereza e Belo Horizonte, fruto de três décadas de pesquisas em jornais, bibliotecas e arquivos públicos.  Entre suas obras destacam-se: Bairro Santa Tereza: Tradição e História; Notas Cronológicas do Bairro Santa Tereza; O Bar do Ponto; O Bonde: A História do Seu Jair, um Condutor de Bondes; O Grande Hotel; No Tempo do Futebol, no Bairro Santa Tereza

Essas obras estão disponíveis para compra em plataformas como a Estante Virtual. Além de escritor, Góes é consultor histórico do portal Santa Tereza Tem, que divulga a cultura e história do bairro. Ele também criou o Espaço Cultural Santa Tereza, dedicado à preservação da memória local. Para adquirir seus livros ou entrar em contato, você pode visitar seu blog pessoal: História de Belo Horizonte.

 José Aparecido Ribeiro é jornalista e editor

www.zeparecido.com.brjaribeirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945

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By zeaparecido

José Aparecido Ribeiro é Jornalista, Bacharel em Turismo, Licenciado em Filosofia e MBA em Marketing - Pós Graduado em Gestão de Recurso de Defesa

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