BH é a única cidade do mundo que possui uma via expressa de fato que não é de direito e outra que é de direito mas não é de fato

Na última semana a sofrida população de BH, que enfrenta o segundo pior trânsito do mundo diariamente, foi surpreendida com a redução da velocidade na única via expressa que a cidade possui que não é de direito, mas é de fato – o Anel Rodoviário.
E também na única Via Expressa de direito que não é de fato – a Leste Oeste. A narrativa é a mesma para as duas: “salvar vidas e evitar atropelamentos”. A questão é que nas duas, a de direito e a de fato, não existe trânsito de pedestres.
Ou seja, mais um embuste para tirar dinheiro da população e mostrar na imprensa adestrada que a PBH está fazendo alguma coisa pelo cidadão que perde 210 horas por ano parado em engarrafamentos. Um “jeitinho” de alimentar a famigerada indústria da multa.
As mais de 200 obras de infraestrutura que a cidade já deveria ter feito para eliminar gargalos, ninguém fala, seguem sendo empurradas sob o argumento de que elas não resolvem. Pelo menos essa é a tese de “engenheiros especialistas” entrevistados pelo velho jornalismo universitário.
Se o trânsito está ruim, espere por que vai piorar

Uma notícia que está sendo preparada e que vai levar o trânsito ao colapso total, está nas pranchetas de um dos arquitetos mais respeitados da capital, e será apresentada como o grande projeto de mobilidade do últimos tempos: Não é a construção do segundo andar da Av. Amazonas. Explico:
Trata-se do início das obras do BRT da Av. Amazonas, corredor que parece ter saído de uma guerra, tamanha feiura e falta de fluidez. Diariamente milhares de pessoas são obrigadas a enfrentar o trânsito e engarrafamentos que vão do centro ao Anel Rodoviários, em um exercício de paciência torturante com média de 6km/h, pasmem.
Se está difícil circular hoje na Av. Amazonas, aguarde, pois a situação vai piorar quando as obras do BRT forem iniciadas. A calha deste importante corredor é de 43 M de largura, diferente das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado que é de 50 M.
Isso significa que ao sucumbirem 27 M para as pistas segredas de ônibus, sobrarão 16M para duas pistas estreitas de carros nos dois sentidos, transformando a circulação em direção ao centro ou a Zona Sul, em um martírio permanente.
A solução para o transporte de massa no corredor Amazonas é o Monotrilho, e não o BRT. Mas como quem continua mandando no planejamento viário da cidade é o mesmo grupo de 40 anos atrás (do Carlão), que já provou sua incompetência, o que está ruim, vai piorar.
José Aparecido Ribeiro é jornalista e membro do Observatório da Mobilidade
www.zeaparecido.com.br – jaribeiirobh@gmail.com – WhatsApp: 31-99953-7945
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