A BH Trans anunciou a criação do "comitê de prevenção" da capital que envolve vários órgãos de defesa do município, estado e união. A idéia merece um parabéns. Antes tarde do que nunca, conforme admite o próprio Presidente da entidade em entrevista para o EM dia 25/11. Infelizmente Belo Horizonte anda a passos de tartaruga, e não aprendeu ainda a pedir ajuda pra quem já venceu etapas em países acostumados a lidar com catástrofes. Administrar crises é rotina em culturas onde há ocorrência de furacões, tornados, terremotos ou mesmo um simples engarrafamento de transito. Neste quesito não precisamos inventar a roda, basta ter humildade e pedir a ajuda de quem está habituado contingencias.
Os exemplos são fartos aqui mesmo no Brasil, nos EUA, na Europa ou na Ásia, onde os eventos são considerados catástrofes. O tempo de respostas das nossas autoridades às crises tem respeitado uma lógica diferente e não é raro os políticos transformarem as tragédias em oportunidade de aparecer na mídia. Veja a situação de Pernambuco, Niterói, Nova Friburgo, Angra, Região Sul e outras recentes aqui mesmo, quando o Rio Arrudas inundou e destruiu as pistas da Via Expressa. (segundo dia de trabalho do Prefeito empossado).
Em BH, coisas que são óbvias para a maioria da população, como o próprio gabinete de crise, que demorou uma vida para ser criado, sinalização e divulgação de rotas alternativas, pequenas obras que poderiam eliminar parte dos 150 gargalos que a cidade tem, mudança de traçado e sentido de ruas, incentivo a carona solidária, rodízio de pais em escolas, sincronia semafórica, eliminação de estacionamentos faixa azul em corredores, reforma de piso das ruas onde eles estão destruídos etc., demoram mais do que em qualquer outro lugar. Todas elas medidas simples, rápidas de serem implantadas e que serviriam para mitigar os impactos de eventos naturais ou mesmo de interferências como passeatas e greves.
A cidade merece um comitê de gestão à altura do seu tamanho e complexidade, que precisa ser central, mas com mobilidade e comandos regionais capazes de dar respostas às crises com rapidez, eficiência e dinamismo. Fica a sugestão para os responsáveis e para os Políticos que costumam calçar botas e capas de chuva, depois que a "casa já caiu" ou quando já foi levada água abaixo… A propósito, na noite de quarta feira 23/11 uma amostra do quem vem por ai já foi dada e os gestores da devem ficar atentos, se querem evitar surpresas.
José Aparecido Ribeiro
Consultor em Assuntos Urbanos e Transito
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